O secretário de Energia e Mineração de São Paulo, João Carlos Meirelles, descartou que haja problemas ambientais com o projeto da térmica Verde Atlântico Energias, projetada para ser construída no município de Peruíbe, litoral sul de São Paulo. Segundo ele, todos os estudos estão sendo feitos e não há problemas para aquela região receber uma usina do porte de 1,5 GW a gás natural.
“Estão sendo feitos todos os estudos e não há problema maior receber a central a GNL que receberá o combustível a partir de uma plataforma offshore que fará a transferência para a usina. Não tem impacto, é uma usina moderna e nos permitirá levar o gás até Cubatão e a partir dali injetar na rede da Comgás e pode ajudar no aumento de geração na Baixada Santista e até mesmo na usina Piratininga e na futura térmica Pedreira”, afirmou ele.
Meirelles disse ainda que não há problema com comunidade indígena da região. Outro fator importante com esse novo projeto é que aumenta a segurança energética de toda aquela região, comparando a capacidade instada à da maior usina da Cesp, a UHE Porto Primavera, que é muito maior e possui pouco mais de 1.090 MW. Segundo ele, essa usina em Peruíbe pode criar condições para dar segurança para o fornecimento de energia no estado. Ainda mais ali onde está o maior porto do país, que é intensivo em energia e uma maior disponibilidade pode ajudar no aumento da movimentação de carga por aquela saída.
Outros projetos de incentivo ao gás no estado estão em andamento. O projeto revelado no mês de junho, que pretende ofertar o insumo às usinas de açúcar e álcool para que estas possam gerar energia o ano todo está com seus estudos sendo iniciados. O representante do executivo paulista comentou que a concessionária da região, a Gás Brasiliano já iniciou as conversas com duas usinas para verificar o interesse e a viabilidade do projeto.
A ideia é de que em até cinco anos já haja a disponibilidade do gás natural, bem como as empresas interessadas tenham feito os investimentos para o uso do biogás derivado da vinhaça. E assim, com a disponibilidade de gás – um ou outro – possam entrar com essa energia na base ao invés de injetar na rede apenas nos cerca de oito meses de safra.
Como esse projeto prevê apenas usinas a um raio de 20 quilômetros do gasoduto a ideia é de estimular outras que estão mais afastadas, mas por meio do gás comprimido, enquanto essa infraestrutura de distribuição não existe. Nesse segundo caso do projeto está uma parceria com a usina São Martinho, localizada na região de Ribeirão Preto. Meirelles não deu um prazo para implementação, mas disse que ambos estão em andamento.
Essas usinas precisam realizar investimentos para entrar no programa porque prevê a injeção do biometano na rede de gasodutos quando há excedente e receberão o gás natural para a geração de energia nos meses em que o gás próprio não estiver disponível. A perspectiva é de que assim aumente a geração de energia dessas usinas em 50%.