A Siemens Gamesa anunciou um acordo para a exportação, a partir da fábrica no município de Camaçari (BA), de mais de uma centena de hubs que contam com mais de 70% de conteúdo local. A empresa iniciará a produção desses componentes em 2018 e serão entregues para projetos a serem montados na América do Norte e Central que somam cerca de 300 MW de capacidade instalada.
Esse contrato, informou a empresa, garante um nível de atividade classificado como relevante a muitos dos fornecedores de componentes. Uma das maiores preocupações da cadeia eólica era justamente com a ameaça de falta de atividade por conta da redução de volume de contratação de energia nos últimos dois anos em relação ao que é considerado como o ponto de equilíbrio para a indústria nacional eólica. A Associação Brasileira da Energia Eólica aponta que esse volume é de cerca de 2 GW em capacidade anual. Esses agentes que fornecem serviços e componentes na cadeia eólica somam cerca de 1 mil empresas para atender todos os fabricantes locais.
De acordo com o diretor de Supply Chain da Siemens Gamesa, Rodrigo Ugarte Ferreira, foi o trabalho junto aos parceiros da companhia que permitiu alcançar a competitividade necessária para exportar. Em sua avaliação, essas empresas estarão mais fortes quando o mercado no Brasil retornar. Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE) da Bahia, o ex-governador Jacques Wagner, o aumento do conteúdo local é importante para a movimentação da economia dentro do próprio estado.
Ferreira declarou por meio de comunicado conjunto entre a fabricante e a SDE que está muito otimista em relação ao mercado local, pois as conversas com clientes intensificaram-se depois do anúncio dos leilões A-4 e A-6, agendados para os dias 18 e 20 de dezembro deste ano, que podem contratar justamente os 2 GW anuais para a fonte eólica.
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética, foram cadastrados 1.676 empreendimentos para o A–4, que representam 47.965 MW de capacidade instalada. Já o  cadastramento para o A-6 registrou 1.092 projetos inscritos, com potência somada de 53.424 MW. Destas, a eólica foi a fonte com maior presença, tanto em número de projetos como em potência total. A Bahia foi o estado que registrou a maior oferta de empreendimentos de diferentes fontes – eólicas, solar fotovoltaica, pequenas centrais hidrelétricas, térmicas a biomassa e térmicas a gás natural.