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O agravamento do cenário hidrológico já aponta para aplicação da bandeira tarifária vermelha em outubro, com a possibilidade real de geração de termelétricas mais caras no término do período seco, admite o diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Romeu Rufino. Para evitar que o custo de geração atinja o patamar mais elevado da bandeira, o Comitê de Monitoramento do  Setor Elétrico  sinalizou no inicio do mês com o aumento da importação de energia  e com a adoção de campanha de racionalização do uso da energia.

Em reunião extraordinária na tarde desta terça-feira, 19 de setembro, o CMSE fara uma nova atualização do cenário, considerando a discussão sobre o despacho térmico por ordem de mérito de custo. A ideia é avaliar se as alternativas consideradas serão suficientes para evitar uma aumento exagerado do custo da energia para o consumidor, e se haveria outras opções, além  delas. Se atingir o  patamar 2 no mês de que vem, a bandeira vai representar um acréscimo na conta  mensal de R$ 3,50 a cada  100 kWh consumidos.

Para Rufino,  não há nenhum risco de desabastecimento de energia, mas o cenário é desfavorável,  com perspectivas não muito positivas para o inicio do período de chuvas. Precipitações abaixo de média e uma condição do solo com umidade muito baixa, devem reduzir a  fluência de água para os reservatórios das hidrelétricas.

“O cenário que se apresenta é um cenário de aumento do despacho de térmica. Se  fora da ordem de mérito ou  não, isso nós vamos avaliar. Mas, certamente, aponta na direção de um CMO (Custo Marginal de Operação) muito mais alto e,  portanto,  do despacho na ordem de mérito de térmicas com CVU (Custo Variável Unitário) alto”, afirmou o diretor da Aneel.

Ele destacou que  o patamar da bandeira vermelha a ser adotado vai depender do CMO, que é muito volátil, mas lembrou que o custo da semana passada já aponta na direção de um valor mais alto para a energia gerada em outubro. “A ultima vez que eu fiz previsão de bandeira eu errei. Então, não vou fazer. Vou dizer que o valor do CMO aponta numa direção de térmicas de valores crescentes. É possível que no mês que vem possa  acionar bandeira vermelha patamar 2? É possível”.

A melhor opção considerada pelo CMSE é o aumento da importação de energia, que pode reduzir a necessidade de geração de  termelétricas mais caras e influenciar o custo da bandeira.  O Brasil tem importado energia do Uruguai, e existem tratativas com aquele país e com a Argentina para  aumentar a quantidade  importada, provavelmente até o limite de oferta ou de capacidade do próprio sistema de transmissão.

Com o Uruguai, a transação envolve a compra de energia.  Já com a Argentina, há a possibilidade de compra e de troca de energia.

Para Rufino, a entrada de energia dos países vizinhos por si não resolve o problema, que exige uma somatória de ações. Entre elas, está o uso racional da energia. “O sinal é: quem puder, gerencie a carga. Use a energia de maneira  consciente, de maneira eficiente, de maneira a  contribuir para que  a gente tenha uma necessidade de despachar menos térmicas. Senão, use a energia com cuidado, porque a lógica da bandeira é que está aumentando o custo de geração”, recomenda o diretor.