A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou na última quarta-feira, 20 de setembro, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA-(bra)’ da segunda emissão de debêntures da TP Norte, no montante de R$ 180 milhões e com vencimento em 2029. A perspectiva do rating é estável. A afirmação do rating reflete a natureza previsível e estável das receitas com base em disponibilidade, as elevadas margens de EBITDA, que se traduzem em forte break-even de despesas operacionais (opex), além de indicadores de crédito robustos.
O Índice de Cobertura do Serviço da Dívida médio, de acordo com o cenário de rating ajustado da Fitch, é de 1,53 vez, patamar condizente com um rating superior. No entanto, o rating da emissão está limitado a ‘AA-(bra)’ devido a cláusulas de vencimento antecipado cruzadas relacionadas a um dos garantidores, até o completion financeiro do projeto. Para a Fitch, o projeto já está construído e a expectativa é de que esteja 100% operacional até outubro de 2017, o que representa um atraso de 34 meses. No entanto, as debêntures beneficiam-se de garantias incondicionais e irrevogáveis da Copel e do Banco Santander.
As garantias serão liberadas assim que o completion financeiro for alcançado — o que pressupõe um índice de DSCR acima de 1,20 vez por 12 meses, que deve acontecer em 2018. A estrutura da dívida embute cláusulas de vencimento antecipado cruzadas relativas aos garantidores, ao longo da vigência das garantias.
O risco de custo se baseia em alguns subfundamentos, como a baixa complexidade operacional ou o operador experiente, onde a Fitch avalia o ‘Risco de Custo’ do projeto como médio devido à ausência de um contrato de operação e manutenção (O&M) de longo prazo. No entanto, a agência considera que a tecnologia empregada é considerada testada e possui longo histórico de performance. Adicionalmente, há um número suficiente de operadores disponíveis para substituição e o custo contratual está de acordo com os benchmarks da Fitch.
As receitas e os custos são reajustados pela inflação. Não há conta reserva para O&M e o projeto não conta com seguro para a linha de transmissão, tampouco contra queda de torres. Ainda assim, estes riscos são mitigados pelas adequadas margens de EBITDA e métricas de crédito robustas. O projeto beneficia-se de break-evens de opex de 415%, os quais, combinados à expectativa de custo de mercado de 10% sobre os valores contratados, resultam em um múltiplo de ROC (break-even dividido pelo ROC) de 41,5 vezes, quando aplicado sob o cenário-base.
O cenário-base da Fitch revisado resulta em DSCRs mínimo e médio de 1,19 vez e 1,55 vez. O projeto apresenta, no cenário de rating, DSCRs mínimo e médio de 1,17 vez e 1,53 vez, respectivamente — que, para um projeto com risco de custo médio, são condizentes com um rating superior a ‘AA+(bra)’. O Múltiplo de ROC de 41,5 vezes também suporta ratings mais elevados.
O rating do projeto está limitado a ‘AA-(bra)’ devido a cláusulas de vencimento antecipado cruzadas com os garantidores, até que o completion financeiro seja atingido.