Instalado no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (SC – 857 MW), o software Elipse E3 vem modernizando o sistema SCADA existente na usina Jorge Lacerda C – UTLC. A primeira etapa a ser vencida foi a de substituir o sistema originalmente instalado, responsável pelo controle das estações de trabalho (ETs). Um sistema que utilizava vários supervisórios, constituído por um ambiente gráfico baseado no software Full Graphics, com diversas rotinas desenvolvidas nas linguagens UNIX e C.
Devido a estas variáveis, o sistema apresentava dificuldades de operação. Para contornar estas questões, em 2004, a Tractebel Energia, hoje Engie Brasil Energia, passou a utilizar o Elipse E3 junto à UTLC. Diferente do sistema antigo, a solução da Elipse Software permite agregar novas funcionalidades de forma confiável.
Localizado no município catarinense de Capivari de Baixo, situado a 135 quilômetros da capital Florianópolis, o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda é considerado o maior polo de geração térmica a carvão mineral da América Latina. Utilizando tecnologias provenientes de vários países europeus, o Complexo está conectado ao Sistema Nacional Integrado de Energia Elétrica. Além de gerar energia, é o maior consumidor de carvão mineral produzido na região carbonífera de Santa Catarina.
O Complexo Jorge Lacerda utiliza, hoje, 10 cópias do E3 que são acessados via quatro salas de comando, sendo duas na UTLA, uma na UTLB e outra na UTLC. As unidades 1 e 2 da UTLA são controladas e monitoradas pelo E3, enquanto a 3 e 4 são apenas monitoradas.
Na UTLB, o E3 monitora toda a usina, constituída de duas unidades geradoras, controlando os sopradores da fuligem remanescente da queima de carvão nas caldeiras. Na UTLC, que possui uma unidade geradora, o E3 também monitora toda a usina, comandando a subestação e a desmineralização de água.
No rodapé das telas, o programa exibe algumas das variáveis relacionadas à geração de energia, como a vazão do ar que está sendo usado na queima do carvão, vazão de vapor que movimenta as turbinas, vazão do carvão consumido nas caldeiras, temperaturas e pressões de entrada e saída do vapor das caldeiras e turbinas, entre outras. A velocidade das turbinas, energia gerada por cada unidade das usinas, eventos e alarmes também são mostrados no rodapé.
O software também permite monitorar o sistema de óleo lubrificante das turbinas, equipamentos responsáveis por acionar os geradores de energia das usinas, exibindo as temperaturas do óleo, pressões e status das bombas. As vibrações dos mancais, estruturas que conectam as diferentes peças das turbinas, também são monitoradas pelo software.
O processo de moagem do carvão, que o reduz a pó para que possa ser depois queimado nas caldeiras, é outro item supervisionado pelo E3. Com ele, é possível monitorar os moinhos e demais variáveis importantes ao controle do transporte deste carvão moído até a fornalha.
O programa ainda permite monitorar tanto a energia que está sendo transmitida à Eletrosul, concessionária transmissora da região sul do país, quanto a utilizada para o consumo interno das usinas. Para isto, exibe os unifilares das subestações, no qual é possível acompanhar todas as tensões, potências ativas e reativas, frequências e correntes, além dos disjuntores e seccionadoras que compõe a rede elétrica de cada usina.
Antes de dar a partida em uma usina, o operador deve avaliar se a mesma não apresenta problemas e irá funcionar normalmente. Para isto, o E3 exibe as informações sobre a água, ar, vapor, caldeiras, turbinas, entre outras variáveis e equipamentos fundamentais das plantas em uma tela. Por meio de gráficos, o programa permite avaliar se uma curva está evoluindo em direção a um valor indesejado ou não. Este controle pode ser utilizado para analisar o comportamento das mais diferentes variáveis analógicas e equipamentos das usinas.