A agência de classificação de risco Fitch afirmou os ratings da AES Eletropaulo em ‘BB’ para os IDRs (risco de default do emissor) em moedas estrangeiras e nacional e rating nacional de longo prazo ‘AA-(bra)’, conforme comunicado divulgado na última segunda-feira, 25 de setembro.

A agência aposta em um cenário promissor para a empresa nos próximos anos. A Fitch acredita que o consumo de energia na área de concessão da Eletropaulo apresentará melhoras a partir de 2017, com crescimento de 1% e de 2% para 2018 e 2018, o que aumentará a geração de caixa operacional da companhia, como resultado da ligeira melhora da economia local.

No primeiro semestre de 2017, o consumo na área de concessão da Eletropaulo diminuiu 0,3% frente ao mesmo período do ano anterior, com queda de 3,2% e de 4,7% em 2016 e 2015, respectivamente.

A desaceleração da economia também tem prejudicado a empresa em termos de aumento de inadimplência, além de elevadas perdas de energia, que atingiram 9,6% no período de 12 meses encerrado em junho de 2017, ainda acima do limite regulatório de 9,4%.

Fundamentos dos Ratings

Segundo a agência, a Eletropaulo apresenta sólido perfil financeiro, com alavancagem modera e posição de liquidez administrável, além do alongado cronograma de vencimento da dívida. A expectativa da Fitch é que o fluxo de caixa livre da companhia fique negativo nos próximos dois anos, em cerca de R$ 450 milhões a R$ 550 milhões em 2017 e 2018, respectivamente, em função da elevada necessidade de investimentos.

“A eficiência operacional da Eletropaulo, medida pelos indicadores de qualidade baseados na duração e na frequência das interrupções de fornecimento de energia, os quais estão atualmente acima dos níveis regulatórios, demanda fortes investimentos para que retorne a patamares aceitáveis”, diz em relatório. A empresa deverá investir R$ 2,9 bilhões entre 2017 e 2019.

A Fitch acredita que a alavancagem líquida da Eletropaulo permanecerá em patamares moderados nos próximos três anos, entre 2,5 vezes e 3,0 vezes. No período de 12 meses encerrado em junho de 2017, a companhia reportou índice dívida total/Ebitda de 3,9 vezes, enquanto a relação dívida líquida/Ebitda foi de 2,8 vezes, frente a 4,5 vezes e 3,1 vezes, respectivamente, em 2016.

A Fitch disse que não acredita que itens não-recorrentes, como a discussão com o regulador relacionada à diferença sobre a base de seus ativos adotada no segundo ciclo de revisão tarifária e a dívida relativa ao crédito envolvendo a Eletrobrás e a Cteep impactarão negativamente a geração de fluxo de caixa da Eletropaulo. Se estes itens se concretizarem, a agência reverá suas projeções.