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A previsão de vazões no mês de outubro não é nada animadora, conforme as projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico. A Energia Natural Afluente (ENA) de setembro, ao considerar todo o Sistema Interligado Nacional, foi a pior registrada para o período no histórico de 87 anos. Com isso, a perspectiva é de que, para o mês de outubro, o nível de ENA seja ruim justamente porque o solo está seco e precisa voltar a ficar úmido antes de converter as chuvas em vazões.
O mês de setembro fechou com vazões de 66% da média de longo termo no Sudeste/Centro Oeste, o 81º pior cenário do histórico. A previsão inicial para outubro é de 79% da média líquid. Já para o Sul foi registrada ENA de pouco mais de 20% no mês que se encerra neste sábado, sendo que, para o próximo período, a previsão é de alcançar 53% da média. No Nordeste a situação continua crítica, com o pior setembro dos 87 anos e 28% de MLT. Essa condição deverá continuar, na medida em que a previsão é de vazões em 31% da média – o pior do histórico para esse mês. No Norte, o fechamento de setembro está previsto em 58% e a expectativa do próximo mês é de 56%, novamente com o pior índice desde que é registrado o dado para esse mês.
Das principais bacias hidrográficas de relevância para o SIN, apenas a do Paraná tem previsão de fechar outubro dentro da média histórica. As demais ficam abaixo da MLT. O destaque negativo é a do São Francisco, com cerca de 30%. Segundo dados apresentados pelo ONS no segundo dia da reunião mensal para o Programa Mensal de Operação, a projeção para o Rio Grande é de 58% da MLT, a do Parnaíba é de 55%, em função das poucas chuvas registradas no Brasil Central em setembro. No Tietê é de 75% e no Paranapanema de 82% da MLT.
A carga, por sua vez, continua em alta ante o mesmo período do ano passado. Inicialmente é esperado um crescimento de 2,5%, resultado da elevação da demanda em 2,8% no SE/CO, de 7% no Sul e de 2,9% no Norte. A única retração está no NE com 3% a menos na base de comparação. Com isso, o CMO médio para a primeira semana operativa de outubro foi elevado a R$ 709,90/MWh. A carga pesada e a média está equalizada em R$ 716,61/MWh e a leve em R$ 698,14/MWh. E a perspectiva inicial de outubro é de leve redução desse valor ao longo das próximas semanas, até alcançar a média de R$ 684/MWh.
A geração térmica alcança 14.742 MWW médios na semana operativa que se inicia neste sábado, 30 de setembro. Desse volume, 10.526 MW médios estão dentro da ordem de mérito e 4.216 MW médios por inflexibilidade. O CVU da usina mais cara no SE/CO a ser gerada nesse sentido é de R$ 653,43/MWh, da UTE Igarapé – movida a óleo. No Sul é a UTE Sepé Tiaraju, que funciona a diesel e cujo CVU é de R$ 698,14/MWh. No NE o combustível também é o diesel na UTE Petrolina, cujo custo é de R$ 658,15/MWh. No Norte, dentre as usinas disponíveis, a mais cara é a UTE Mauá B3, cujo CVU é de R$ 411,92/MWh, movida a gás.
A importação de energia no Uruguai continua em volumes de 450 MW médios na carga pesada e 550 MW médios nos dois outros patamares.
Com isso, a perspectiva que se abre para a bandeira tarifária a ser anunciada na tarde desta sexta-feira, 29 de setembro, é de um retorno à categoria vermelha, mas no patamar 2, já que, conforme as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica, essa sinalização entra em vigor quando o valor do Custo Variável Unitário da última usina a ser despachada for igual ou superior ao limite a R$ 610/MWh. Ao ser confirmada essa bandeira a conta, será acrescida de R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos.
Em termos de armazenamento, como é característico desse período, está prevista a continuidade do deplecionamento dos reservatórios. No SE/CO a projeção é de encerrar outubro com 19,6% ante um início de 24,4%. No Sul deverá chegar a 35,7%, queda de 2 pontos porcentuais. No NE os reservatórios devem atingir 5,7% ao final do período e no Norte 22,4%. A meteorologia apontou que há a possibilidade da ocorrência de uma La Niña de fraca intensidade nos próximos meses.