A Lagoa 1 Energia Renovável S.A teve a sua nota de crédito relativa a proposta de primeira emissão de debêntures elevada pela Fitch Ratings, na última segunda-feira, 2 de outubro. Segundo a análise da agência de classificação de risco, o rating nacional de longo prazo do Grupo passou de ‘A+(exp)(bra)’ (A mais (exp)(bra)) para ‘AA-(exp)(bra)’ (AA menos (exp)(bra)), com perspectiva estável, vencimento em dezembro de 2018 e valor no montante de R$ 46,2 milhões.

A elevação do rating reflete a melhora da qualidade de crédito da acionista indireta do projeto após reestruturação societária. Em 24 de agosto de 2017, a Neoenergia S.A., uma das acionistas da Lagoa 1, comunicou ao mercado a conclusão da incorporação, pela companhia, da Elektro Holding S.A. — outra acionista do projeto.

Após reestruturação societária, a única acionista do projeto, por meio da subholding Força Eólica do Brasil S.A. (FEB), é a Neoenergia S.A. A acionista garante o total pagamento de principal e juros das debêntures, até o vencimento final, em dezembro de 2028. Portanto, o rating da proposta de emissão de debêntures da Lagoa 1 reflete a qualidade de crédito da acionista/garantidora e a existência de cláusulas de vencimento antecipado relacionadas a um eventual pedido de recuperação judicial ou falência da mesma.

As SPEs assinaram CCEARs com 38 distribuidoras, por meio do Leilão de Energia Nova (LEN) A-5, realizado em 2014, a uma tarifa base de R$ 141,24/MWh (preço de 2014), ajustada anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os CCEARs preveem entrega anual de 48,8 MW médios, volume inferior à garantia física de 53,9M MW médios. O volume comprometido é equivalente a 91% do volume com 90% de probabilidade de ser excedido (P-90), estimado pelas certificadoras de vento.

A Gamesa Eólica Brasil Ltda. é a fornecedora dos 45 aerogeradores G114 – 2,1 MW, e a operação e a manutenção dos parques, nos primeiros dois anos do projeto, estão incluídas no contrato de fornecimento. Os parques eólicos deverão celebrar um contrato de operação e manutenção com prazo mínimo de cinco anos, até um ano após atingirem a operação comercial.

As debêntures correspondendo a aproximadamente 8% dos investimentos, complementarão o financiamento do BNDES e o aporte de capital do emissor, previstos em 38% e 54% respectivamente. A estrutura das debêntures não inclui garantia real sobre os ativos do projeto ou contas bancárias, mas conta com a garantia corporativa da Neoenergia e da Elektro, na proporção de 50% cada.