O consumo de energia no mês de agosto recuou 0,1%, mantendo a tendência de estabilidade. A Empresa de Pesquisa Energética divulgou nesta terça-feira, 3 de outubro, a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica. O consumo total ficou em 37.583 GWh. Por região, a Sul foi que apresentou maior consumo, subindo 4%, seguida pela Norte, com alta de 3,4%. Já o restante do país teve queda no consumo. O Nordeste liderou, com recuo de 2,1%. Em segundo lugar veio o Sudeste, com retração de 1,3%. O Centro-Oeste teve a menor queda, de 0,1%.
De acordo com a Superintendente Adjunta e Coordenadora da Resenha, Carla Achão, há um movimento de estabilidade, em um patamar de consumo similar ao de 2014, o que representa um retrocesso de alguns anos. “O movimento do mercado de energia vem mostrando um pouco uma recuperação muito lenta. Já imaginávamos vamos que a essa altura do ano já estaria com o consumo mais forte”, explica. No acumulado do ano até agosto, não há alteração, enquanto em 12 meses, houve retração de 0,2%.
Por classe de consumo, a residencial teve aumento de 0,1%, com 10.431 GWh. O documento diz que mesmo com os indicadores de retomada de emprego, isso ainda não se refletiu no consumo de energia. Alguns estados apresentam desempenho melhores que os outros. A questão climática influenciou nas regiões Norte, Nordeste e no estado de Minas Gerais. No Norte, houve aumento de 3,1% e no Sul, de 1,3%. No Sudeste, a queda chegou a 1,1%, enquanto no Nordeste, ela ficou em 0,2%. O consumo residencial recuou 0,1% no Centro-Oeste. Até agosto, o consumo cresceu 0,3%, ficando em 88.917 GWh e em 12 meses, a subida é de 0,6%.
A classe industrial, com alta de 0,1% e consumo de 14.172 GWh, continua a rota de estabilidade na comparação com o mesmo período do ano anterior. A resenha diz que a “estabilidade reforça a expectativa de retomada da atividade industrial”. Porém, o documento da EPE ressalta que é preciso esperar a intensidade com que a demanda interna vai reagir a condições melhores no mercado de trabalho e de crédito. No ramo metalúrgico, que teve retração de 4,3%, as maiores quedas foram observadas no Rio de Janeiro, com 8%, principalmente na siderurgia, e em São Paulo, com recuo de 4%. Na região Sudeste, aonde se concentra a maioria das indústrias, a retração na classe ficou em 0,8% e o Centro-Oeste, teve baixa de 2%. O Nordeste teve o maior recuo, de 6,1%. O consumo industrial no Sul teve alta de 5,9%, enquanto no Norte a alta foi de 4,5%. Tanto no acumulado do ano quanto no consumo em 12 meses, não houve variação.
Na classe comercial, o consumo de 6.712 GWh mostra queda de 0,6%. O calendário de faturamento com uma quantidade menor de dias entre agosto de 2016 e de 2017 afetou o resultado da classe, que permaneceria inalterado caso o número de dias fosse igual. Segundo a EPE, as variáveis relevantes para a análise do consumo da classe cresceram, com o volume de vendas do comércio em alta de 3,1% no mês de julho, favorecido pela redução dos preços de artigos de vestuários, móveis e eletrodomésticos e expansão do crédito às pessoas físicas. Dentre as regiões, o Sul teve a maior alta, de 4%, devido ao bom desempenho do Paraná e Santa Catarina, que compensaram o recuo de 0,1% do Rio Grande do Sul. A região Norte também subiu 4%, enquanto o Centro-oeste subiu o seu consumo em 0,4%. A região Nordeste caiu 1,4% e o Sudeste teve maior queda, de 2,4%. No acumulado do ano até agosto, o consumo caiu 0,7%, ficando em 58.580 GWh. Já em 12 meses a queda é maior, com consumo de 87.471 GWh, recuando 2,2%.