O ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, reforçou em Brasilia que não há problema de abastecimento de energia no país, mas admitiu que a expectativa de chuvas para o próximo período úmido não são otimistas. Ele lembrou que a umidade na Amazônia está demorando a se formar, o solo está mais seco do que o esperado para essa época do ano, e isso pode significar atraso na chegada das chuvas e uma hidrologia inferior a média, repetindo um padrão hidrológico dos últimos cinco anos.

A avaliação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico é de que não há risco de desabastecimento de energia, mas o cenário desfavorável pode levar a pressão ainda maior sobre os preços da energia. “Está chovendo pouco e o custo da energia está alto”, reconheceu Pedrosa, ao participar nesta quinta-feira, 5 de outubro, do encontro anual dos associados da Apine, que representa os produtores independentes de energia elétrica, com seus convidados.

Além de autorizar o aumento da importação de energia dos países vizinhos, que deve chegar a 1.400 MW médios nas próximas semanas, o CMSE recomendou à Petrobras a busca de soluções para garantir o combustível de usinas termelétricas que estão indisponíveis por falta do insumo.

Pedrosa garantiu que haverá uma linha de ação específica para cada uma dessas térmicas, mas elas são apenas parte de uma serie de medidas para garantir o suprimento de energia. “Estamos trabalhando pelo lado da oferta”, garantiu Pedrosa lembrando uma série de outras medidas de gerenciamento do próprio sistema.

Ele também destacou o aumento da capacidade instalada de geração e de transporte de energia. “Até agora já tivemos quase 5 mil megawatts entrando no sistema. Nos últimos anos, o crescimento da demanda com a crise foi muito baixo. Estamos avançando nos linhões para trazer grandes blocos de energia para o mercado do Sudeste.”