Desde o final dos anos 90 a Celesc tem investido em projetos inovadores na área de eficiência energética. Segundo a companhia, até ano passado, foram mais de R$ 300 milhões aplicados no desenvolvimento de 120 trabalhos que geraram uma economia de 1.400 GWh/ano, equivalente a 8,31% do consumo anual em Santa Catarina. Os números e perfis dos projetos acabaram por serem reconhecidos recentemente em duas categorias do Prêmio Fritz Müller, promovido pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma).
A premiação elege iniciativas de conservação e proteção ao meio ambiente além do que determina a legislação e, este ano, recebeu inscrições de 70 instituições. A cerimônia de entrega está marcada para 31 de outubro, em Florianópolis.
O presidente da Celesc, Cleverson Siewert, conta que sustentabilidade é um tema amplamente discutido na empresa, focada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da área de sua concessão. “Energia elétrica é fator de competitividade e indução de desenvolvimento. Os investimentos da Celesc em Eficiência Energética permitem otimizar o uso das fontes de energia por meio da execução de projetos que visam a democratização do seu uso, em benefício da maior quantidade possível de pessoas e em áreas de maior necessidade. O reconhecimento de nossos projetos por órgão ambiental de grande prestígio do estado demonstra que estamos no caminho correto e nos incentiva a trabalhar ainda mais”, afirmou.
O Projeto Banho de Energia, desenvolvido há cinco anos em municípios da Serra catarinense, venceu a categoria Gestão Socioambiental. O projeto consiste na instalação de trocadores de calor em fogões à lenha para aquecer a água e também na substituição de lâmpadas tradicionais por lâmpadas LED e já recebeu quase R$ 6 milhões em investimentos do Programa de Eficiência Energética Celesc/Aneel. Em agosto, foi lançada a segunda edição do projeto, que já beneficiou mil famílias que enfrentam baixas temperaturas na região. A previsão é atender, nesta nova etapa, mais 800 unidades consumidoras nos municípios de Bocaina do Sul, Bom Retiro, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Lages, Rio Rufino, São Joaquim, São José do Cerrito, Palmeira e Urubici.
Alcino Alano, inventor e parceiro da Celesc, explica o funcionamento do Programa. Ele conta que criou um sistema para esquentar a água das residências reutilizando o calor desperdiçado pelas chaminés que, após período de testes, foi abraçado pelo Programa de Eficiência Energética Celesc/Aneel. Nele, um trocador de calor é instalado na chaminé dos fogões à lenha para aquecer a água que, então, é armazenada em um reservatório térmico e pode ser distribuída aos chuveiros e torneiras. Outro benefício do sistema é a ampliação da eficiência do fogão, que permite a economia de lenha e a redução da emissão de cinza e de foligem.
Dona Marlene Lima, moradora de Urupema, percebeu uma redução de 20% em sua conta de luz. “Essa economia faz uma grande diferença no orçamento doméstico. O dinheiro que sobra podemos investir em outras necessidades da casa ou da propriedade”, explicou.
Coordenador do projeto, Thiago Jeremias estima que a iniciativa seja responsável por uma economia superior a 1.500MWh/ano de energia e por uma redução de demanda no horário de ponta superior aos 750kW. “Isso corresponde ao consumo de, aproximadamente, sete mil unidades consumidoras e representa uma redução de 122,5 toneladas na emissão de dióxido de carbono (CO2), o gás do efeito estufa, ou o equivalente ao plantio de mais de 700 árvores nativas ou, ainda, a retirada de circulação de mais de 100 carros populares”, revelou.
Já na categoria Conservação de Insumos de Produção de Energia, foram reconhecidos os resultados da Celesc Holding em processos de manufatura reversa, no descarte ambientalmente correto dos eletrodomésticos, equipamentos e lâmpadas substituídos durante a execução dos projetos de eficiência energética. Até o momento, foram destinados aos processos de manufatura equipamentos ineficientes substituídos em mais de 180 mil unidades consumidoras.
Os números alcançados demonstram a importância da manufatura reversa nas ações de eficiência energética, contribuindo para a sustentabilidade, meio ambiente e desenvolvimento da sociedade catarinense. “De 2012 até o momento, os projetos foram responsáveis por diminuir a emissão de mais de 80 mil toneladas de CO2 no ambiente, o equivalente à retirada de uma frota de 65 mil veículos do tráfego durante um ano”, contou o gerente de projetos , Mario Cesar Machado Junior.