A Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas lança nesta quarta-feira, 18 de outubro, uma chamada pública que pode representar um fator de melhoria na competitividade do setor em leilões de energia nova da Agência Nacional de Energia Elétrica. A entidade abriu as inscrições para interessados em participar do projeto de condomínio de GNL. A meta é dividir os custos de logística no fornecimento de gás natural liquefeito para os investidores em ativos de geração a gás, e assim atribuir mais competitividade à fonte.
De acordo com o presidente da Abraget, Xisto Vieira Filho, o GNL é a saída para o Brasil nos próximos anos em termos de geração a gás. E dentre os custos fixos de uma planta dessa natureza a logística possui um peso importante no processo de implementação desse tipo de usinas. São necessários investimentos em terminais de regaseificação flutuantes, ou mesmo em terra com a FSRU, estrutura de porto e proximidade de gasodutos.
“Se o investidor for sozinho no leilão ele terá que arcar com todos esses portes e isso aumenta muito o seu custo fixo, deixando a sua geração menos competitiva”, comentou executivo à Agência CanalEnergia. “Com o condomínio é possível obter a redução dos custos fixos e atrair mais investidores com o compartilhamento do investimento em logística”, acrescentou.
Não há uma estimativa de qual seria o percentual de ganho de competitividade. Vieira Filho explicou que esse benefício depende do tipo de instalação, da tecnologia aplicada, da origem do fornecimento do GNL, dentre outros fatores. Mas, apontou que em um condomínio com cinco investidores, o custo que seria de apenas um será dividido por todos o que reduz a necessidade de capex.
O formato desse condomínio ainda não está definido. A ideia é de ter uma capacidade de atender a uma geração térmica de 3 GW. A divisão entre as usinas pode ser preenchida de diversas formas. Vieira filho destacou que há flexibilidade no que diz respeito à capacidade das usinas, mas que está restrito ao máximo apontado no edital. Contudo, diz que o ideal seria que cada condomínio atendesse a seis centrais de 500 MW.
O executivo lembra que o volume de gás importado dependerá do tipo de geração a ser contratado. A Abraget vem defendendo com o governo a realização de leilões de energia de segurança energética. Mas que isso depende do governo e de como ele deverá promover a contratação. “O importante é que o condomínio pode colocar 3 GW de energia na base”, indicou.
Nessa primeira iniciativa o edital prevê a construção do condomínio em uma de duas localidades a ser definida. Será no Porto do Açu (RJ) ou no Porto Central (ES). Essa escolha deve-se ao fato de que ambos fazem parte de seu quadro de associados. A decisão virá de acordo com o preenchimento das condições prévias para receber o empreendimento e que estes sejam economicamente viáveis. E, disse o presidente da Abraget, dependendo do resultado, uma nova chamada poderá ser realizada no ano que vem.
O período de inscrições será de cerca de um mês e a Abraget afirma que há diversos associados interessados que se manifestaram extra oficialmente para o sistema proposto. Não há uma meta de quantas inscrições deverão ser feitas. Para acessar o edital e a ficha de inscrição dessa chamada pública, clique aqui.