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O Brasil poderia ter evitado pelo menos R$ 2 bilhões em custos adicionais para o consumidor caso tivesse promovido desde 2013 a inserção planejada da fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. A conclusão é de estudo feito pela consultora Leontina Pinto para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com base em dados reais do histórico de geração publicados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico.

No trabalho, a fundadora da Engenho Consultoria conclui que uma política nesse sentido traria alívio imediato na operação do subsistema Nordeste, ao reduzir a geração de termelétricas mais caras e as emissões de gases de efeito estufa. Com menos térmicas, poderia se evitar a liberação na atmosfera de 15,4 milhões a 17,9 milhões de toneladas de CO2 nos últimos anos.

A Absolar quer discutir com o governo a contratação anual de 2 GW de usinas solares fotovoltaicas nos leilões regulados, a meta nacional de  instalação de novos sistemas em 1 milhão de telhados de residências, comércio, indústria, edifícios públicos e na zona rural; além de linhas de financiamento mais baratas para pessoas físicas e de uma política industrial que reduza os preços dos equipamentos para os consumidores.

Todos esses pontos fazem parte da proposta de criação de um programa nacional para o desenvolvimento do setor solar fotovoltaico, que os dirigentes da associação pretendem apresentar ao ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, na terça-feira, 17 de outubro. “A intenção é mostrar ao MME que existem caminhos de fácil implementação e de retorno contundente para desenvolver a fonte solar fotovoltaica no país”, afirma o diretor executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.

O executivo destaca que enquanto no mundo a fonte estava em expansão, no Brasil vários obstáculos prejudicaram seu crescimento, o que deixou o país com um atraso de 15 anos no desenvolvimento do setor. Para Sauaia, com as medidas propostas será possível recuperar o tempo perdido. “São propostas factíveis, que podem ser implementadas durante a gestão do ministro atual”, independentemente de qualquer alteração no marco legal do setor, garante.

Com os reservatórios das hidrelétricas em níveis críticos, mais termelétricas têm sido despachadas pelo ONS, o que aumenta a pressão sobre os preços da energia. No Nordeste, além das térmicas, as usinas eólicas têm sido importantes para garantir o abastecimento, mas não o suficiente para evitar o aumento do custo. Em outubro, o sinalizador tarifário que reflete  o aumento do custo da energia atingiu o segundo patamar da bandeira vermelha, com aumento de R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos.

Uma das medidas que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico aprovou para evitar o despacho térmico fora da ordem de mérito foi a importação de energia do Uruguai e da Argentina. O CMSE também recomendou à Petrobras esforços para garantir a operação de térmicas a gás mais  baratas, que estavam indisponíveis por falta de combustível.

Rodrigo Sauaia explica que a ideia do setor de energia solar ao propor medidas que possam impulsionar os projetos no país é somar com as fontes eólica e hidrelétrica, esta última em situação preocupante pelo agravamento da situação dos reservatórios. A conta do impacto da fonte sobre  o custo da energia é ainda mais atual, na opinião do executivo, porque o Brasil não apenas está está enfrentando uma situação hidrológica complicada, como também entrou no patamar mais alto da bandeira tarifária. “Tivemos que despachar tudo de térmica do Nordeste”, lembrou, acrescentando que além do custo financeiro das termelétricas, há o impacto ambiental e na saúde da população.