O passivo que está em aberto na liquidação financeira do mercado de curto prazo, que está acumulado em R$ 3,7 bilhões é o reflexo da falta de aderência do MRE à nova matriz elétrica brasileira. A tendência é de que até o final do ano esse valor possa alcançar cerca de R$ 6 bilhões. Essa é a estimativa da Associação Brasileira de Grandes Consumidores industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) que aponta dessa forma há o risco de o mercado travar.
De acordo com o especialista em energia da entidade, Victor Iocca, esse problema é urgente e tem que ser corrigido de forma imediata. Contudo, destacou ele, esses custos não devem ser transferidos para outros agentes, conforme está em discussão na AP 50 da Aneel que pretende diluir esses valores proporcionalmente aos votos dos agentes na CCEE. “Essa solução deve ser técnica e se houver a transferência como está na audiência pública da Aneel nunca destravará”, afirmou ele durante o 5º Forum Nacional dos Consumidores Livres, evento realizado pelo Grupo CanalEnergia e que faz parte da 1ª edição do Energy Expo Forum.
Aliás, essa proposta da audiência, comentou ele, pegou a associação de surpresa e vem causando preocupação caso a regulação venha a ser publicada da forma que está. Ele questionou o que pode acontecer com todo o passivo em aberto ao ser transferido para o mercado entre os agentes.