A Votorantim Energia, braço de gestão para o setor elétrico do tradicional grupo industrial brasileiro, reforçou sua atuação no segmento. A perspectiva dos próximos anos de que o consumidor de energia terá um papel mais ativo é um dos motivos que levaram a empresa a incrementar seu portfólio de serviços. A empresa que é a maior autoprodutora de energia do país com mais de 3 GW em capacidade instalada lançou durante a 1ª edição do Energy Expo Forum novos serviços com foco no desenvolvimento de estratégias para a redução de custos e o aumento da eficiência e produtividade dos clientes.
Esses serviços são divididos em três categorias diferentes. Nomeada como Supply, a promessa é de aprimorar as operações básicas de compra, venda e gestão de energia elétrica. Outra frente de atuação é no gerenciamento com a identificação das oportunidades de otimização do consumo e auxiliar no processo de compra de energia. Por fim, o terceiro eixo é a Intelligence, que oferece inteligência de mercado e ganho de oportunidade nas negociações oferecidas.
De acordo com o presidente da companhia, Fábio Zanfelice, a experiência da empresa até para atender a demanda interna do grupo fez com que naturalmente houvesse uma atuação não somente para seu público interno, mas a expansão para outras empresas com as mesmas demandas e necessidades que a Votorantim. “Até por nossa necessidade temos uma equipe própria, histórico de atuação, estrutura e processos maduros. Assim podemos dividir e compartilhar essa experiência com clientes que têm as mesmas necessidades que nós”, comentou o executivo à Agência CanalEnergia.
Um desses caminhos, continuou, passa no atual momento pela abertura da Votorantim Energia para comercialização de 10 MW médios no projetos Ventos do Piaui por meio do compartilhamento desse volume com autoprodutor. Nesse sentido, disse Zanfelice, a empresa vem conversando com diversas empresas para viabilizar essa venda. E, nessa mesma perspectiva, está o lançamento dos produtos da empresa.
Zanfelice negou que a companhia esteja à procura de parceiros para a formação de uma joint venture para o investimento em energias renováveis. Na verdade, essa história, avaliou o executivo, veio justamente dessa procura por parceiros na parcela de 10 MW médios no Piauí. “Ainda não temos nada fechado com ninguém (…). Estamos abertos para fazer negócios, mas não é uma meta da empresa ter uma joint venture para investir”, afirmou ele.
A revogação da concessão da UHE Tijuco Alto e da PCH Salto das Nuvens vem na esteira de buscar a diversificação de portfólio uma vez que essas duas centrais já apresentavam dificuldades de serem viáveis do ponto de vista ambiental. Ao mesmo passo a companhia está com um projeto de 400 MW na fonte eólica no Piauí, mas que ainda não foi negociado por falta de transmissão. “Naquela região havia projetos da Abengoa que não saíram do papel, e por isso estão para serem desenvolvidos quando esse problema estiver resolvido”, disse Zanfelice. Essa capacidade de geração, continuou ele, não será obrigatoriamente desenvolvida para o mercado livre ou o mercado regulado e sim na forma mais viável de contratação quando a capacidade de transmissão estiver disponível.
Esse avanço no sentido das eólicas faz parte do plano de diversificação de portfólio de geração da companhia que possui as mais diversas fontes como usinas a biomassa e a licor negro, derivados do processo de produção da Fibria Celulose e as usinas hidrelétricas do grupo industrial ao qual pertence.
Nesse sentido, em sua visão a separação de lastro e energia, proposta na CP 33 do MME é considerada a forma crucial para continuar a expansão da capacidade de geração do país. Ele admite que essa discussão, por ainda ser nova cria preocupação em agentes, pois ainda não se sabe como é que se dará esse movimento. “Contudo, acredito que o governo, EPE, Aneel, saberão como fazer essa transição e que os investimentos devem ser remunerados. Estou otimista com a valorização correta dos atributos das fontes que é importantes para o setor se desenvolver no futuro”, finalizou.