A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu na última quinta-feira, 20 de outubro, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(exp)(bra)’ com Perspectiva Estável à proposta de 2ª emissão de debêntures da Belo Monte Transmissora de Energia S.A.
O rating reflete a etapa pré-operacional do projeto e a relativamente baixa complexidade da operação, da manutenção e dos investimentos ao longo da vida do ativo, assim como a natureza estável e previsível das receitas, baseadas em disponibilidade, segundo a metodologia da Fitch. Os Índices de Cobertura do Serviço da Dívida (Debt Service Coverage Ratios – DSCRs) mínimo e médio de 1,34 vez e 1,44 vez, respectivamente, no cenário de rating (que inclui estresse de Realistic Outside Cost – ROC de 7,5% e um múltiplo de ROC de 41,2 vezes) são compatíveis com um rating superior.
O engenheiro independente espera que o projeto esteja concluído em janeiro de 2018, um mês antes do previsto em contrato, e de acordo com os custos contratados. A construção está sendo realizada por diversos construtores e fornecedores, incluindo a Siemens Ltda. (Siemens), responsável pelas subestações, e conta com garantias de performance emitidas por bancos classificados com o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ ou equivalentes. Dessa forma, o risco de completion se encontra adequadamente mitigado.
O risco de escopo é mitigado pela baixa complexidade de operação e manutenção, bem como pela estrutura desenvolvida para o projeto, composta por uma robusta equipe de operação e manutenção, sede e sete subsedes localizadas ao longo dos mais de dois mil quilômetros da linha de transmissão. A expectativa de reinvestimentos no projeto é baixa e está relacionada a peças de reposição e veículos.
As receitas e os custos são reajustados pela inflação. Não há conta reserva para operação e manutenção, e o projeto não conta com seguro para a linha de transmissão, nem contra queda de torres. Ainda assim, estes riscos são mitigados por elevadas margens de EBITDA e métricas de crédito robustas.
A Ftich informa que o cenário-base assume inflação de 3,90% em 2017, 4,50% em 2018 e 4,25% a partir de 2019. Além disso, considera uma disponibilidade ao longo do ciclo do projeto de 98,5% e custos e despesas administrativas de acordo com o relatório do engenheiro independente. O cenário não assume aportes de capital remanescentes de Furnas e Eletronorte, porque estas empresas têm classificação de risco inferior à do projeto. Os DSCRs mínimo e médio neste cenário são de 1,36 vez e 1,47 vez, respectivamente. O Loan to Life Coverage Ratio (LLCR) é de 1,49 vez.
Para a agência o rating assume as mesmas premissas de inflação do cenário-base, porém com disponibilidade de 97,5% ao longo do ciclo. O cenário não prevê aportes de capital remanescentes de Furnas e Eletronorte, por elas terem classificação de risco inferior à do projeto. Além disso, os custos de operação e manutenção são estressados em 7,5% acima do projetado pelo engenheiro independente e, para 2019, estima-se a necessidade de reposição de duas torres de transmissão, ao custo de R$ 2,5 milhões cada. Os DSCRs mínimo e médio neste cenário são de 1,34 vez e 1,44 vez, respectivamente. O LLCR é de 1,47 vez.