As estratégias econômicas para fornecimento de eletricidade a pessoas ainda sem acesso nos países em desenvolvimento são compatíveis com o cumprimento dos objetivos climáticos globais, o que pode acelerar o cumprimento do objetivo de universalizar o acesso ao bem. A constatação consta do relatório “Energy Access Outlook: de Poverty to Prosperity”, divulgado na semana passada pelo Agência Internacional de Energia como integrante do “World Energy Outlook 2017”.
Segundo o estudo, o número de pessoas sem acesso a eletricidade caiu de 1,6 bilhão em 2000 para 1,1 bilhão em 2016, com progressos significativos ocorrendo na Ásia, onde muitos países estão bem encaminhados para chegar ao acesso universal à energia até 2030. A perspectiva é que, no caso da Índia, esse objetivo seja atingido até o início dos anos 2020. Apesar deste progresso, 674 milhões deverão permanecer sem acesso à eletricidade em 2030, dos quais 90% vivendo na África subsaariana.
De acordo com o diretor-executivo da AIE, Faith Birol, há uma convergência de vontade política e de redução de custos que está acelerando o progresso. “Basta olhar para a Índia, que forneceu o acesso à eletricidade para meio bilhão de pessoas desde 2000”. Contribui para isso a forte expansão de fontes renováveis nesta década, proporcionando mais de um terço das novas conexões nos últimos cinco anos. Em 2030, a expectativa é que as renováveis forneçam energia para três de cada cinco pessoas.
O relatório também apresenta uma estratégia para alcançar o acesso universal à energia, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDGs) adotado em 2015 por 193 países para garantir o acesso universal a serviços energéticos acessíveis, confiáveis e modernos até 2030. O relatório destaca os custos associados e os benefícios dessa estratégia, ressaltando o papel central da energia no cumprimento dos objetivos de desenvolvimento humano e econômico.