Os acionistas da Cemig aprovaram, em assembleia geral extraordinária, realizada nesta quinta-feira, 26 de outubro, aumento de capital de até R$ 1 bilhão. Serão emitidas até 200 milhões de ações, sendo 66.849.505 ações ordinárias e 133.150.495 preferenciais. O valor unitário das ações foi fixado em R$ 6,57, com deságio de 20% sobre o valor médio ponderado de R$ 8,22, do período de 120 dias, encerrados em 31 de agosto. O objetivo da operação é melhor o perfil de crédito da empresa frente ao elevado nível de alavancagem da companhia. A operação terá início na próxima segunda-feira, 30, até o dia 29 de novembro, e contará com dois períodos de rateio de sobras para os participantes interessados. Após, as sobras serão oferecidas ao mercado na Bolsa de Valores de São Paulo.

“O deságio justifica-se pela volatilidade do mercado acionário brasileiro e tem o objetivo de estimular a adesão dos acionistas minoritários na subscrição dos seus diretos”, justificou o conselho de administração na ata da AGE. Se todas as ações forem subscritas, serão arrecadados R$ 1,314 bilhão, sendo que R$ 314 milhões serão destinados à conta de reserva de capital. Os acionistas poderão exercer o direito de subscrição em 15,887624200% sobre as ações da mesma espécie que possuírem no fim do dia da realização da AGE. Caso algum acionista não participe da operação poderá ver sua participação diluída em 13,704239283%.

A empresa afirmou que o aumento de capital “tem o mérito de robustecer a estrutura de capital da Companhia, de modo a possibilitar redução das despesas financeiras atuais e as novas operações de financiamento; e, da alavancagem financeira”. Além disso, lembrou que a “percepção de risco de crédito da Cemig, principalmente em função da sua alta alavancagem, pode ser significativamente mitigada por meio de um aumento do seu Capital Social”. A Cemig afirmou que, no fim do primeiro semestre, o passivo circulante consolidado excedeu o ativo circulante consolidado em R$ 3,9 bilhões. Em 30 de junho, “os empréstimos, financiamentos e debêntures, de curto e longo prazos, da Cemig, totalizaram R$ 5,19 bilhões e R$ 9,41 bilhões, respectivamente”.

A Cemig lembrou que tem uma lista de ativos para desinvestimento até 2018, com o objetivo de melhorar a sua posição de liquidez de curto prazo e reduzir seu endividamento. A representante da BNDESpar ressaltou que a companhia deve seguir no caminho da eficiência e alienação de ativos para redução da alavancagem, de modo a retornar para os patamares limites previstos no estatuto social.