A Engie Brasil Energia registrou lucro líquido de R$ 358 milhões no terceiro trimestre do ano, um valor 9,8% abaixo do alcançado no mesmo período do ano passado. Já no acumulado de 2017 os ganhos somaram R$ 1,3 bilhão de janeiro a setembro, um aumento de 21,2% ante 2016. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na base trimestral recuou 11,9%, para R$ 710,8 milhões, enquanto na anual há um crescimento de 4,3%, passou a R$ 2,451 bilhões.
A receita líquida de vendas no terceiro trimestre apresentou aumento de 3,2% quando comparada ao mesmo período do ano passado, subiu de R$ 1,6 bilhão para R$ 1, 7 bilhão. Os principais fatores para essa variação foram a elevação da combinação do maior volume de energia vendida, parcialmente atenuada por menor preço médio de venda, líquido dos tributos sobre a receita e o incremento na receita decorrente de maiores resultados nas transações realizadas no mercado de curto prazo, em especial as realizadas no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. No ano o índice de aumento está próximo, com crescimento de 3,5%, elevação de 4,8 bilhões para R$ 4,9 bilhões.
A quantidade de energia vendida passou de 8.685 GWh (ou 3.933 MW médios) no terceiro trimestre de 2016 para 8.850 GWh (ou 4.008 MW médios) no período encerrado em setembro. O aumento de 165 GWh é explicado como a combinação do acréscimo de venda de energia convencional para comercializadoras e de energia incentivada para consumidores livres, inclusive pela entrada em operação comercial do Complexo Eólico Santa Mônica, que possui energia assegurada de 47,4 MW médios, parcialmente atenuado pelo término de contratos de vendas existentes, em especial para distribuidoras. Na base anual a energia vendida está em 4.033 MW médios, aumento de 1,8% ante os nove meses de 2016.
A participação de consumidores livres no portfólio da Engie alcançou 54,8% do total das vendas físicas e 50,3% do total da receita líquida de vendas, incremento de 6,7 p.p. e 5,6 p.p., respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior.
A produção de energia elétrica nas usinas operadas pela Engie Brasil Energia foi de 9 mil GWh (ou 4.076 MW médios) no trimestre encerrado em setembro, resultado 20,1% inferior à produção dos nove primeiros meses de 2016. Do total gerado, as usinas hidrelétricas foram responsáveis por 7.674 GWh (ou 3.476 MW médios), as termelétricas, por 778 GWh (ou 352 MW médios) e as complementares, por 548 GWh ( ou 248 MW médios). A empresa explicou que esses resultados representam reduções de 20,2% e 34,3% na geração das usinas hidrelétricas e termelétricas e aumento de 17,7% na geração das complementares, em comparação ao terceiro trimestre de 2016. No acumulado do ano os volumes estão no mesmo patamar da base trimestral com redução de 20,1% na geração que passou de 5.172 MW médios para 4.134 MW médios.
A dívida bruta total consolidada estava em R$ 3,2 bilhões ao final de setembro, um decréscimo de 19,7% quando comparada à posição de 30 de setembro de 2016. A variação no endividamento está relacionada, principalmente, à combinação de saques no BNDES e em seus agentes financeiros no valor total acumulado de R$ 320,3 milhões, destinados aos investimentos para modernização das UHEs Passo Fundo, Salto Santiago e do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, bem como para a construção do Complexo Eólico Santa Mônica, a geração de R$ 314,3 milhões em encargos incorridos a serem pagos e variação monetária e cambial, de R$ 1,289 bilhão em amortizações de empréstimos, financiamentos e debêntures e, finalmente, R$ 139 milhões em transferência de financiamentos de subsidiárias reclassificadas para ativo mantido para venda.
Os investimentos totais no trimestre foram de R$ 503,2 milhões, dos quais R$ 52,6 milhões destinados aos projetos de manutenção e revitalização do parque gerador e R$ 450,6 milhões aplicados na construção de novas usinas (R$ 264,1 milhões na construção da UTE Pampa Sul, R$ 131,8 milhões direcionados ao Complexo Eólico Campo Largo e R$ 54,7 milhões à Central Fotovoltaica Assú).