A Enel Distribuição Rio reportou prejuízo de R$ 253,73 milhões nos nove primeiros meses do ano, alta de 27,5% sobre igual período anterior. Segundo a companhia, o resultado reflete a menor atualização financeira do valor dos ativos indenizáveis, que não são depreciados até o final da concessão e que serão reembolsados pelo governo federal. O valor é corrigido mensalmente com base na inflação, que apresentou queda no período, reduzindo o montante a ser reembolsado. O prejuízo é também resultado de maiores despesas financeiras para custear capital de giro e investimentos.
A receita bruta da distribuidora aumentou 12% para R$ 6,126 bilhões de janeiro a setembro, devido à maior contabilização de créditos regulatórios, resultado do maior custo de compra de energia nos primeiros nove meses de 2017, que serão incluídos no reajuste tarifário de 2018. O resultado foi parcialmente compensado pela queda de 2,4% no volume de venda e transporte de energia e pelo reajuste tarifário 2017, que reduziu as tarifas dos consumidores em 6,51% em média.
A queda no volume de energia vendida e transportada pela Enel Rio é explicada pela redução de 7,8% no volume de venda de energia no mercado regulado, como resultado da desaceleração econômica do estado. Houve compensação pelo aumento de 25,4% na venda e transporte de energia para o mercado livre como resultado do aumento do número de consumidores que migraram do mercado regulado para o livre.
O ebtida da empresa cresceu 53,5% no período para R$ 337,49 milhões, em razão, principalmente, da maior receita no período e menores provisões para inadimplência. O ebit teve alta superior a 100% passando de R$ 32,19 milhões para R$ 122,39 milhões entre 2016 e 2017. A influência da alta do ebtida na rubrica foi compensada devido à maior depreciação e amortização associada à maior base de ativos, decorrente do aumento dos investimentos no período para modernização da rede de distribuição.
Os investimentos da empresa cresceram 57,9% para R$ 902,24 milhões até setembro. A maior parte dos investimentos foi destinada à digitalização e modernização da rede de distribuição e à conexão de novos clientes. Os indicadores de qualidade DEC e FEC tiveram melhoria de 22,6 e 20,6%, respectivamente, em decorrência dos investimentos realizados na rede, relacionou a empresa.
A dívida líquida da empresa chegou a R$ 3,767 bilhões no final de setembro, com alta de 26,6%, em função de uma geração de caixa operacional nos últimos 12 meses que não cobriu completamente todos os custos operacionais, investimentos e juros de dívida neste período. A alta também ocorreu devido ao acúmulo de juros em empréstimos obtidos junto ao controlador Enel Brasil e novos empréstimos com bancos e com a holding para financiar o plano de investimentos e o capital de giro da companhia. O impacto foi compensado, parcialmente, pela amortização de parte da dívida e encargos nos últimos 12 meses.
Carlos Zorzoli, Country Manager da Enel no Brasil, ressaltou o fim do primeiro ciclo de investimentos na modernização da rede e, consequente, melhoria dos indicadores de qualidade. “Despesas financeiras mais elevadas para financiar capital de giro e fortes investimentos ainda estão afetando os resultados da empresa. No entanto, o aditivo do contrato de concessão assinado em março, bem como um ajuste esperado nos investimentos, enquanto aguardamos novas medidas regulatórias que reflitam a real situação da área de concessão, deverão contribuir para a melhoria do desempenho da empresa no médio prazo”, afirmou em comunicado à imprensa.