O governo brasileiro formalizou a associação à Agência Internacional de Energia como pais não membro da instituição, durante solenidade realizada nesta terça-feira, 31 de outubro, no Ministério das Relações Exteriores. O status de associado vai permitir ao país intensificar sua interação com a AIE, por meio de uma maior oferta de treinamento e cursos, visitas de especialistas estrangeiros para diagnósticos de setores específicos e o acesso a estudos de ponta da AIE.
Em discurso durante a cerimônia, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, destacou que a inclusão entre os países aceitos como associados é oportuna, “num momento em que o Brasil tem trabalhado para melhorar ainda mais sua posição no cenário energético global com característica única de multiplicidade das fontes de energia renovável em sua matriz.”
“Hoje enfrentamos o desafio de equilibrar nosso imenso Sistema Interligado Nacional diante da progressiva participação de fontes intermitentes de energia na matriz, como a eólica e a solar”, afirmou Coelho. Ele destacou também a atuação do país na área de biocombustíveis e disse que o Brasil trabalha pra recuperar o protagonismo nos setor de petróleo e gás.
O diretor executivo da AIE, Fatih Birol, destacou, entre outras coisas, que o Brasil tem uma das fontes de eletricidade mais limpas do mundo. Grande parte, segundo ele, por causa da participação das usinas hidrelétricas na matriz. Birol também destacou o pioneirismo brasileiro nos leilões de contratos de longo prazo de energia renovável. O executivo deu ênfase, também, à mudança na condição do país de importador para exportador de petróleo.
Com discurso mais improvisado, apesar do texto em papel, o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, destacou que o Brasil se associa à entidade em um momento critico na historia mundial, em referência indireta a posicionamentos de países como os Estados Unidos que são considerados um retrocesso nos compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa. Nunes ressaltou o papel do Brasil na COP 22, a conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas de Paris, e garantiu que o Brasil também será um ator importante na COP 23, que acontece no início de novembro, em Bonn, na Alemanha.