A EDP registrou um lucro líquido de R$ 140 milhões no terceiro trimestre do ano, uma redução de 39,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado de 2017 o índice é menor, 33,9% de queda, para R$ 416,8 milhões. Considerando o lucro líquido ajustado, que exclui efeitos não recorrentes como provisão de ressarcimento de encargo hídrico, entre outros, o resultado é 2,4% mais elevado, passando a R$ 129,2 milhões no trimestre e a R$ 381,5 milhões na base anual, crescimento de 45,8%.
O resultado ebitda (antes de impostos, juros, depreciação e amortização) segue a mesma curva, queda de 12%, para R$ 551,5 no trimestre e de 14,6% no anual, para R$ 1,6 bilhão. Por sua vez o ajustado apresenta aumento de 14,3% na base trimestral e de 16,9% no anual, para R$ 1,5 bilhão. A empresa explicou em sua divulgação de resultados que 35,4% desse resultado refere-se à geração hídrica, 25,3% à térmica, 36,2% à distribuição, e 7,8% à comercializadora e EDP Grid.
A empresa reforçou o volume de energia descontratado para fazer frente ao risco hidrológico. O hedge da empresa está 9 pontos porcentuais acima do apresentado no início do ano. Atualmente a empresa está com 18% de sua garantia física descontratada, o que equivale a 184 MW médios. A estratégia de proteção do portfólio aos impactos do GSF e PLD foi reforçada através da descontratação de UHE Jari e UHE Cachoeira Caldeirão. Nesta última ainda houve descontratações por meio do MCSD, além de reduções de contratos bilaterais.
Em Pecém foi reportada uma disponibilidade média de 91%, superando a disponibilidade requerida no leilão de 90,14%.Já para a UHE São Manoel foi emitida a licença de operação, sendo que os testes de comissionamento da primeira unidade de geração já foram iniciados, bem como os testes de pré-comissionamento da segunda unidade. Ao final de setembro a obra alcançou 97,2% de evolução física.
O volume de energia vendida do grupo foi de 3.169 GWh, redução de 2,7% na base trimestral. Já no acumulado do ano o volume total foi de 9.251 GWh, queda de 4,9%. o trimestre, o volume de energia vendida das usinas hídricas foi de 1.811 GWh, redução de 4,7%, em função do menor volume de energia contratada de Enerpeixe e Energest, mitigado pelo maior volume de Costa Rica e PCHs de venda no curto prazo. No acumulado do ano, o volume totalizou 5.221 GWh, queda de 8,2%. O volume de energia vendida da UTE Pecém I ficou em 1.358 GWh no período de julho a setembro, volume estável em relação ao mesmo período de 2016. No acumulado do ano, o volume atingiu 4.030 GWh, redução de 0,4%, quando comparado a 2016 devido ao maior número de horas de 2016.
No segmento de distribuição houve aumento do volume de energia distribuída de 2,3%, impactado pelo crescimento de 4,4% na EDP São Paulo e pela queda de 0,9% na EDP Espírito Santo. Esse comportamento, explicou a empresa, deve-se à recuperação da produção industrial no estado de São Paulo e ao registro de temperaturas mais amenas no Espírito Santo.
Na EDP São Paulo, as perdas totais se mantiveram estáveis, refletindo o aumento de energia injetada no sistema, decorrente de maiores investimentos em expansão e melhorias da rede, passou de 8,77% do total para 8,73% na comparação entre o final de setembro de 2016 e 2017, o limite estabelecido pela Aneel é de 7,88%. As perdas não técnicas caíram de 3,29%, que é o mesmo indicador regulatório da Aneel para 3,26%.  Na EDP Espírito Santo, a redução entre os trimestres foi de 0,41 p.p., passou de 14,21% para 13,09%, ainda acima do índice de 11,77% da Aneel, as perdas comerciais passaram de 5,53% para 4,74% ante um limite legal de 4,63%.
O volume de energia comercializada totalizou 5.093 GWh, aumento de 53,7% na base trimestral. No acumulado do ano, o total de energia comercializada foi de 12.042 GWh, 34,3% superior aos nove meses de 2016.
Os investimentos somaram R$ 488,3 milhões no acumulado dos nove meses do ano, aumento de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente em distribuição houve um aumento de 19,3%. A dívida líquida da empresa está em R$ 3,9 bilhões, elevação de 15% quando comparado ao final de setembro de 2016. O nível de alavancagem está em 1,9 vez a relação entre dívida líquida e o ebitda, nível classificado como confortável para a continuidade dos projetos com risco controlado.