A AES Tietê Energia registrou lucro líquido consolidado de R$ 37,9 milhões no terceiro trimestre do ano, um resultado 61,2% inferior ao obtido no mesmo período do ano passado quando os ganhos alcançaram R$ 97,8 milhões. Segundo a empresa, contribuíram para esse desempenho o impacto negativo de R$ 97,2 milhões referente às transações no mercado livre e regulado que foi parcialmente compensado pelo efeito positivo de R$ 29,9 milhões proveniente das transações realizadas no mercado spot e impacto positivo de R$ 10,1 milhões relacionado à consolidação do Complexo Eólico Alto Sertão II. Já de janeiro a setembro o lucro líquido ficou em R$ 254,9 milhões, redução 7,4% em relação ao mesmo período de 2016 quando apurou ganhos de R$ 275,4 milhões.
O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi de R$ 160,5 milhões no trimestre ante um montante de R$ 214,5 milhões um ano antes, redução de 25,2% No ano a companhia registrou ebitda de R$ 632,4 milhões ante R$ 635,4 milhões de 2016, redução de 0,5%.
A receita operacional líquida consolidada, que considera além da fonte hidráulica, a fonte eólica e as subsidiárias da AES Tietê Energia, totalizou R$ 459,4 milhões no trimestre encerrado em setembro, montante 14,2% superior ao registrado no mesmo período de 2016. Nos nove meses de 2017 essa linha do balanço totalizou R$ 1,3 bilhão, um aumento de 5,4% quando comparado aos R$ 1,2 bilhão de 2016.
O volume de energia gerada pelas usinas hidráulicas da AES Tietê Energia foi de 3.029,0 GWh no terceiro trimestre, volume 5% inferior quando comparado ao mesmo período de 2016 com 3.189,1 GWh. Já pela fonte eólica somou 518,6 GWh, 35,9% a mais na mesma base. O nível dos reservatórios da companhia encerrou setembro em 38%, nível 17,5 pontos porcentuais abaixo nessa mesma época quando estava em 55,5%. No acumulado do ano o volume de energia hidráulica gerada está 10,6% menor do que em 2016. Ao final de setembro a empresa reportou soma de 8.825,2 GWh contra 9.869,8 GWh. A empresa assumiu o complexo eólico Alto Sertão II adquirido da Renova apenas em agosto deste ano.
A geradora explica que desde 2016, em função do cenário hidrológico e da perspectiva de risco hidrológico, optou por reservar uma parcela de sua energia própria, com o objetivo de reduzir possíveis riscos de exposição ao mercado de curto prazo devido ao rebaixamento no MRE. E com a intensificação do risco hidrológico previsto para 2017, revisou seu portfólio contratual. Entre ações de descontratação ou redução do volume de energia vendida optou por renegociar com algumas distribuidoras, que celebraram contratos no leilão A-1 de 2015, o início e/ou a quantidade de suprimento de alguns contratos para os anos de 2016 a 2018. Com isso, apontou que o nível de contratação para este ano é de 79%. Para o período seguinte esse volume de contratos está em 78%, 61%, 46% e 17% do total de energia hidráulica disponível para os anos de 2018 a 2021, respectivamente.
O total da energia faturada pela AES Tietê no trimestre somou 3.805,6 GWh, redução de 5,1% quando comparada com mesmo trimestre do ano anterior. A performance é explicada, principalmente, pelo menor volume de energia faturada no âmbito do mercado regulado, que apresentou uma redução de 64,9%, ou 113 GWh, em função da estratégia de proteção contra o GSF. A redução do total da energia faturada também foi devido ao menor volume de energia faturada no mercado spot que apresentou redução de 124,8%, equivalente a 71,2 GWh. No ano foram faturados 10.211,7 GWh, uma redução de 15,6% quando comparado ao acumulado do ano de 2016.
Ao final de setembro a dívida bruta totalizava R$ 3,6 bilhões, valor 150,5% acima do apurado ao final do mesmo mês de 2016. No encerramento do trimestre, as disponibilidades somavam pouco mais de R$ 1 bilhão ante os R$ 466,2 milhões de setembro do ano passado. Tal diferença, explicou a empresa, se deve, principalmente, à 3ª emissão de notas promissórias utilizadas para a aquisição de Alto Sertão II e reforço do capital de giro. Assim, a dívida líquida em 30 setembro de 2017 era de R$ 2,6 bilhões, aumento de 164,7% em função, principalmente, das emissões para a aquisição do complexo eólico da Renova.