Perto de atingir a marca de 2,5 bilhões de megawatts-hora (MWh) acumulada, em 33,5 anos de operação, a usina de Itaipu divulgou na última quarta-feira, 1 de novembro, que obteve em 2017 o quarto melhor outubro do ranking histórico. No mês, foram produzidos 8.291.916 MWh, volume suficiente para abastecer Foz do Iguaçu, no Paraná, na fronteira com o Paraguai, onde está instalada a usina, por 15 anos. Em todo o ano, a geração de Itaipu já soma 78.293.230 MWh, quantidade que poderia atender o consumo de energia elétrica do Estado de São Paulo por 7 meses, por exemplo.

Com uma produção acima das expectativas para o período, a usina ajuda e colabora mais uma vez para aliviar o sistema elétrico brasileiro, que enfrenta um ano de condições hidrológicas bastante adversas.

Ao contrário do que acontece nas regiões Sudeste, Nordeste e parte do Centro-Oeste do país, chove muito em todo o Paraná, inclusive na região do reservatório de Itaipu. As chuvas localizadas contribuíram para o bom desempenho da Itaipu, que opera na cota normal do reservatório.

Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna, “a produção elevada de Itaipu dá um fôlego extra, ainda que temporário, para o sistema elétrico do Brasil, reduzindo, nesse momento, o número de usinas térmicas necessárias para enfrentar a escassez hídrica”. Mas ele lembra que, para normalizar a produção hidrelétrica do País, é preciso que chova bastante principalmente no Sudeste, onde se concentra o maior número de usinas do Brasil.

Em 2016, ano do recorde anual da usina, foram gerados, em outubro, 8.489.774 MWh. Em 2013, no segundo melhor outubro, a geração foi de 8.337.965. Já em 2015, no terceiro melhor outubro, esse volume foi de 8.295.841 MWh, apenas cerca de 4 mil MWh acima da produção registrada em outubro de 2017, graças às chuvas intensas que caíram na região do reservatório.

A chuva acumulada na estação do Simepar, instalada no Parque da Piracema, dentro da usina, foi de 395 milímetros em outubro deste ano, bem acima da média histórica, de 219,8 milímetros. Foi o segundo outubro mais chuvoso na área do reservatório, inferior apenas ao mesmo mês de 1998, com 443,6 mm.

Itaipu é a única hidrelétrica do mundo a superar a produção anual de 100 milhões de megawatts-hora (MWh), com o recorde de 103.098.355 MWh, em 2016. A melhor marca mundial, antes dessa, foi da usina chinesa de Três Gargantas, cuja capacidade instalada, de 22.400 MW, é 60% maior que a de Itaipu. Em 2014, seu recorde foi de 98,8 milhões de MWh.

A produção da usina em 2016 atendeu 76% da energia elétrica consumida no Paraguai e 16,8% de todo o consumo de eletricidade do Brasil. Se a energia gerada pudesse ser armazenada e direcionada a apenas um dos dois países, seria suficiente para atender o Brasil por dois meses e 18 dias e o Paraguai por sete anos e três meses.

A produção de Itaipu em 2016, com o novo recorde mundial, evidencia o auge da produção e produtividade do empreendimento, que agora passará por um processo de modernização e atualização tecnológica das unidades geradoras.

A modernização dos equipamentos, com a troca de sistemas analógicos por digitais, será feita em dez anos, a partir de 2017. O investimento previsto durante o período é estimado em US$ 500 milhões. O objetivo final é garantir que os equipamentos da usina mantenham sua confiabilidade e seja assegurado o alto desempenho da hidrelétrica também nas próximas décadas.