A distribuidora Celpe, do grupo Neoenergia, apresentou prejuízo de R$ 21,8 milhões no terceiro trimestre do ano, um resultado R$ 13,7 milhões mais elevado quando comparado com as perdas de mais de R$ 35 milhões no fechamento de setembro de 2016. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 102,8 milhões, aumento de 57,57%. Já no acumulado do ano apura um prejuízo de R$ 3,5 milhões ante a queda de R$ 23,7 milhões reportada no mesmo período de 2016. O resultado ebitda nessa base é de R$ 378,4 milhões, um aumento de 39,16% ante o fechamento do mês de setembro de 2016.
A energia total distribuída (cativo + livre) totalizou 3.129 GWh, retração de 2,18% com relação ao mesmo período do ano passado. A demanda no mercado cativo apresentou queda de 5,98% enquanto o livre cresceu 15,74%. A classe residencial, que representa 43,4% da demanda no mercado regulado recuou 3%. A industrial recuou 18,2% no trimestre, influenciada pelo expressivo aumento da migração de consumidores para o mercado livre e retração da produção industrial. A classe comercial apresentou redução de 6,6% no terceiro trimestre de 2017, frente a igual período de 2016.
A energia contratada para atender ao mercado da Celpe no terceiro trimestre de 2017, totalizou 3.180 GWh, o que representa um decréscimo de 16,5% em relação ao mesmo trimestre de 2016. Esta queda, explicou a empresa, Esta queda foi decorrente da participação no processo de Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits – Energia Nova onde foram devolvidos contratos de leilões dos quais a empresa participou em anos anteriores. O principal objetivo desta participação foi o de adequar o nível de contratação anual aos patamares regulatórios. Mesmo assim a concessionária ainda possui excedentes de 5,9%, ou 602 GWh por um mercado com menor demanda do que o esperado.
As perdas da distribuidora pernambucana ficaram em 16,66%, sendo 8,56% como perdas técnicas (no mesmo período e 2016 eram de 9,55%) e 8,1% não técnicas. Na comparação com o fechamento do terceiro trimestre do ano passado houve retração de 0,15 ponto porcentual. O limite regulatório estabelecido pela Aneel é de 16,18%. Os indicadores de qualidade nos últimos 12 meses apresentaram comportamento oposto. Enquanto o DEC caiu para 16,08 horas de 2016 para 2017, o FEC aumentou de 7,31 vezes para 7,36 vezes. O DEC ainda está acima do limite regulatório que é de 13,89 horas e o FEC dentro do que estabelece a Aneel com 9,34 horas.
Os investimentos acumulados até o final de setembro ficaram em R$ 567,8 milhões. A divida líquida é de R$ 2,4 bilhões. A alavancagem da distribuidora é de 4,39 vezes a relação entre essa dívida e o resultado ebitda anualizado.