A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo Prazo ‘AAA(exp)(bra)’, com Perspectiva Estável, à proposta de 1ª emissão de debêntures da Serra das Vacas II. O montante é de R$ 48 milhões com vencimento em 2031. O projeto foi desenvolvido e patrocinado pela PEC Energia S.A.
Segundo a Fitch, o rating reflete a mitigação do risco de completion e ramp-up, a existência de um adequado estudo de ventos, apesar do spread médio acima de 16% entre P50/P90 de um ano, e as características dos contratos de venda de energia (PPAs de Energia de Reserva firmados no Leilão de Energia de Reserva – LER – de 2014), cuja estrutura se baseia em mecanismos anuais e quadrienais de compensação, sem exposição aos Preços de Liquidação de Diferenças (PLD).
As debêntures são seniores, pari-passu com o financiamento do BNDES, estando, portanto, expostas a variações na taxa de juros de longo prazo (TJLP). O índice de cobertura do serviço da dívida (debt service coverage ratio) médio do cenário de rating da Fitch é de 1,26 vez (apesar do mínimo de 1,08 vez nos anos de ajuste quadrienal), adequado para o rating atribuído, segundo a metodologia aplicada.
As debêntures representam 21,5% da dívida total e terão o mesmo nível de senioridade que o financiamento de longo prazo do BNDES. Os covenants, calculados de forma consolidada, incluem gatilhos de distribuição de dividendos de DSCR de 1,20 vez e níveis de geração de energia acima de P90 para os últimos 12 meses. Um aspecto negativo da estrutura é a exposição a TJLP no financiamento do BNDES.
Para a Fitch a expectativa do cenário-base é de que em 2018, primeiro ano completo de operação do projeto, a receita líquida chegue a R$ 34,0 milhões e o EBITDA, a R$ 30,5 milhões. O projeto deve encerrar 2018 com dívida total de R$ 223,8 milhões e caixa/contas reserva de R$ 122 milhões, levando a uma relação dívida líquida/EBITDA de 6,93 vezes.
As premissas dos cenários-base e de rating da Agência refletem projeções macroeconômicas de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e CDI de acordo com o Global Economic Outlook da agência, publicado em junho de 2017. A premissa de TJLP considera um spread de 150 pontos-base acima do IPCA a partir de 2018.
No cenário-base da Fitch, os DSCRs mínimo e médio são 1,24 vez e 1,44 vez. Já no cenário de rating, os DSCRs mínimo e médio são de 1,08 vez e 1,26 vez. Os breakevens de geração e dos custos variáveis (O&M elétrico, despesas gerais, administrativas e seguros) são de 78,5% e 660%, respectivamente.
*Matéria alterada às 15:09 para correção sobre a proprietária do parque