Promover o carvão gaúcho e atrair investimentos para o Polo Carboquímico no Rio Grande do Sul é o objetivo do evento internacional Alternativas Sustentáveis do Uso do Carvão: Oportunidades do Complexo Carboquímico no Brasil – Marco regulatório para atração de investimentos. O encontro ocorre nos dias 29 e 30 de novembro, em Porto Alegre, e integra uma série de iniciativas do setor público para atrair investidores e ampliar os relacionamentos com fundos de investimentos internacionais e agentes do setor.
Serão tratados temas como a política estadual e as ações desenvolvidas no Estado do RS para a implantação do Polo Carboquímico, seguido de painéis de discussão que se concentrarão nos aspectos da carboquímica e oportunidades para atrair investidores para o projeto. A agenda completa será ainda anunciada.
O evento é organizado pela FIERGS e conta com o apoio da Secretaria de Minas e Energia, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, do Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Carvão – Sniec, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, Associação Brasileira do Carvão Mineral – ABCM e Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul – Sulgás.
Dentre as vantagens do Rio Grande do Sul para a indústria carboquímica – além das reservas próprias de carvão, em locais bem servidos de infraestrutura logística –, está a cadeia diversificada, com boa estrutura de fornecimento nos segmentos metalmecânico, de plásticos e borracha e equipamentos de óleo e gás, que, adaptados, podem servir para a gaseificação do carvão. Pesam, também, um mercado consumidor dependente do gás natural e mercados relacionados, como o de fertilizantes, utilizados como insumo para a cadeia agrícola gaúcha, assim como do restante do Brasil e dos países do Mercosul.
Para o secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, o projeto é estratégico para recuperar a economia gaúcha: “O retorno de ICMS na produção de gás natural de síntese (GNS), amônia e ureia – que importamos 100% do que utilizamos –, será significativo para os cofres públicos. Sem falar no impacto socioeconômico, com a geração de milhares de empregos diretos e indiretos”, afirmou.
Além disso, a desenvolvida rede de pesquisa do Estado é responsável por um excelente ambiente de conhecimento no segmento petroquímico, propício também para pesquisas relacionadas à carboquímica. Da mesma forma, a mão de obra ligada à petroquímica disponível pode ser preparada para atuação no novo setor. Programas de atração de investimentos – InvestRS – e de qualificação de fornecedores – Desenvolve RS – e um robusto sistema de financiamento, com três bancos públicos atuantes em projetos de longo prazo e uma política de incentivos fiscais adequada a cada empreendimento, completam o positivo cenário do Estado para o desenvolvimento da indústria carboquímica.
Para potencializar ainda mais a indústria na região, o governo gaúcho tem buscado novas alternativas para impulsionar a cadeia, cumprindo seu papel de articular órgãos públicos, entidades e investidores privados: “Estamos trabalhando para garantir novas possibilidades de utilização das reservas de carvão gaúchas, que representam um potencial com novas tecnologias disponíveis para o seu desenvolvimento”, avaliou o secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Márcio Biolchi. “O governo tem mantido contato com possíveis investidores e vem trabalhando para tornar o Estado ainda mais competitivo neste setor”, complementou.
O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, destaca que o Estado detém 90% das reservas nacionais de carvão mineral, o que abre muitas oportunidades para a indústria do segmento, viabilizando projetos de investimento unindo empresas locais, nacionais e estrangeiras. Para Petry, o desafio atual é o de encontrar os meios de unir políticas públicas com a iniciativa privada. “Os empreendimentos que irão compor o Complexo Industrial Carboquímico trarão benefícios diversos para regiões pouco industrializadas do nosso Estado, a partir o aproveitamento das jazidas de carvão localizadas na região do Baixo Jacuí e Fronteira”, diz.
Desta forma, completa o presidente da FIERGS, o Rio Grande do Sul estará inserido no setor carbonífero mundial, com a produção interna de gás, amônia, ureia, metano, nafta e até mesmo de gasolina. Ainda, por meio do carvão mineral, há a possibilidade de geração de energia também de forma limpa, eficiente e rentável.