Atuando no Brasil nas fontes eólica e solar, a EDF Energies Nouvelles pretende chegar a 2 GW de capacidade no país. A subsidiária da francesa EDF para energias renováveis chega em 2017 a 350 MW em operação comercial e deve alcançar a marca dos 600 MW em 2018. De acordo com o CEO da EDF EN, Bruno Fyot, o Brasil está entre os oito maiores mercados estratégicos da empresa, ao lado de Estados Unidos, Reino Unido, China, Índia, África do Sul, Turquia e da própria França. “Escolhemos países pela sua necessidade de expansão, regulação e atratividade. Queremos desenvolver as duas fontes no Brasil”, explica.

A empresa pretende ampliar a participação no mercado local. Ela já tem cadastrado para os leilões de dezembro 280 MW em eólicas na Bahia e também acena com mais projetos solares, embora não divulgue quanto vá cadastrar da fonte. A holding do grupo, a EDF, iniciou a atuação no Brasil na área de distribuição, com a compra da Light e depois foi para a geração, com a UTE Norte Fluminense. Está em construção a UHE Sinop, em parceria com a Eletrobras. A empresa no momento não tem interesse em comprar ativos renováveis à venda no país, já que ainda existe um grande número de projetos que ainda não foram desenvolvidos e causaria um desvio da atuação da empresa, que se notabiliza pelo desenvolvimento dos empreendimentos e não apenas pela sua operação.

Na fonte eólica, estão em operação desde setembro deste ano 66 MW da EOL Ventos da Bahia I. O parque tem ainda uma extensão de 117 MW que foi viabilizada em leilão realizado em 2015, que tem início de operação prevista para o final de 2018. O projeto cadastrado pela empresa para este ano é uma terceira fase do complexo Ventos da Bahia.

O outro projeto em operação da EDF EN são duas fases do complexo solar Pirapora (400 MW), localizado no estado de Minas Gerais. A fase 1, que também iniciou a operação em setembro deste ano, teve investimentos de R$ 1 bilhão. Já a outra fase que deve começar a operação em dezembro, demanda investimentos de R$ 600 milhões. A terceira fase, que deve ficar pronta no ano que vem, vai receber investimentos de R$ 480 milhões. Quando o complexo ficar pronto, será o maior da América Latina.

Pirapora é uma parceria com a fabricante de equipamentos solares Canadian Solar, que tem 20% do empreendimento. Paulo Abranches, CEO da EDF EN no Brasil, se mostrou satisfeito com a parceria, mas não dá certeza se ela vai se repetir nos certames do fim do ano. “Há um flerte, mas não há um casamento”, brincou.

A UFV Pirapora foi o primeiro projeto solar que recebeu aprovação para receber financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, de R$ 529 milhões. As demais fases já estão em análise e a expectativa é que até o fim do ano a aprovação saia. Paulo Abranches ressalta que o índice de conteúdo local desses projetos solares é alto, gerando benefícios. “Dos cerca de R$ 2 bilhões de investimentos, R$ 1,3 [bilhão] deve ficar com a indústria brasileira”, avisa.