A agência de classificação de risco Fitch rebaixou para ‘B-‘, de ‘B+’, o risco de inadimplência do emissor (IDRs, na sigla em inglês) de longo prazo em moedas estrangeira e local da Cemig e de suas subsidiárias, assim como o rating da proposta de emissão de eurobônus da Cemig GT, no montante de US$ 1 bilhão e com vencimento em 2024, para ‘B’, de ‘BB-‘. Ao mesmo tempo, a agência retirou o rating desta proposta, tendo em vista que, após mais de noventa dias da atribuição do rating, a emissão ainda não foi concluída.

A Fitch também rebaixou o rating nacional de longo prazo da Cemig e de suas debêntures seniores sem garantias reais para ‘BB-(bra)’, de ‘BBB(bra)’. A perspectiva negativa foi removida, e os ratings foram colocados em observação negativa.

Segundo nota divulgada pela agência na última quarta-feira, 9 de novembro, “o rebaixamento reflete a deterioração do perfil de crédito do grupo Cemig”. A Fitch acredita que a flexibilidade financeira do grupo se enfraqueceu significativamente e que a alavancagem líquida ajustada ficará na faixa de 5,0 vezes a 5,5 vezes nos próximos dois anos — índice elevado para o rating anterior.  Os atrasos em concluir a estratégia de alienação de ativos, juntamente com as elevadas taxas de juros sobre sua dívida, vêm impactando negativamente a capacidade de o grupo melhorar seus indicadores financeiros, inclusive os de liquidez.

Ainda de acordo com a Fitch, os ratings foram colocados em observação negativa para refletir os desafios mais acentuados que o grupo Cemig enfrenta, sobretudo no que diz respeito às amortizações futuras, mesmo considerando a provável conclusão das renegociações de dívidas com seus principais credores, de R$ 4 bilhões, e a venda das ações da Transmissora Aliança de Energia Elétrica para honrar parte do R$ 1,7 bilhão da opção de venda relativa às ações da Light.

“Um aumento de capital de R$ 1,3 bilhão e a retomada da emissão de eurobônus, no montante de US$ 1 bilhão, são importantes medidas que podem ocorrer, embora não sejam suficientes para solucionar todos os problemas de liquidez do grupo”, escreve a agência.