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Já tendo assegurado investimentos de R$ 3 bilhões em renováveis no Brasil por meio da sua subsidiária EDF EN, o Grupo francês EDF também vem atuando em outras frentes no país. Na área hidrotérmica, a empresa no Brasil já opera a UTE Norte Fluminense (RJ) e implanta a UHE Sinop (400 MW), em parceria com a Eletrobras. Mesmo com movimentações de venda de participações e ativos na Cemig e Petrobras, os olhares estão mais voltados para projetos do tipo greenfield. Em apresentação para jornalistas na última quarta-feira, 8 de novembro, o vice-presidente da EDF para a América do Sul, Philippe Castanet, revelou que a aquisição deve fazer sentido para a empresa e que térmicas a gás estão no radar, sendo necessário resolver primeiro a questão do agente supridor do insumo.
A posição da empresa é confirmada de certa forma pelo CEO da EDF EN no Brasil, Paulo Abranches. Para ele, as aquisições são feitas apenas quando existe uma ótima chance. Segundo ele, uma das características da empresa é ser industrial. “Não fazemos apenas um investimento financeiro. Tem que fazer sentido para nós, a engenharia, a construção e a operação. Qual o valor que vamos agregar comprando um ativo já construído?”, indaga. Para Abranches, não está no DNA da empresa a compra de ativos. Ele explica que a área de desenvolvimento da EDF EN ainda não fez movimento de greenfield por já existirem muitos projetos parcialmente desenvolvidos.
A EDF EN pretende participar dos próximos leilões de energia. A empresa ainda não fechou um fornecedor para o projeto eólico que deve apresentar nos certames, a terceira fase do complexo eólico Ventos da Bahia. Os aerogeradores da primeira fase do complexo foram fornecidos pela Acciona e da segunda, pela Vestas. O momento complexo que o país passa não afasta o interesse da empresa pelo Brasil. “Não é algo que freie a gente. Nos obriga a ter uma ginástica maior e pragmatismo grande. Vemos isso como oportunidade”, observa.
Os executivos também concordaram que o processo de privatização da Eletrobras deve levar a vitória de um agente financeiro e não de um player do setor elétrico, como o presidente da estatal brasileira, Wilson Ferreira Junior, já havia adiantado no fim de outubro.