Representantes do poder público e dos setores elétrico, de navegação e produtivo vão se reunir no próximo dia 22, na Agência Nacional de Águas, para reavaliar as condições dos reservatórios das bacias dos rios Paranaíba e Grande e a proposta do Operador Nacional do Sistema Elétrico de flexibilização da cota mínima do lago da hidrelétrica de Ilha Solteira (SP), que é de 325,4 metros. O assunto começou a ser discutido em 17 de outubro, quando o ONS  sugeriu flexibilizar a cota da usina, mas não há consenso por causa dos impactos da medida na navegação da hidrovia Tietê-Paraná.

O operador do sistema propôs reduzir as descargas para preservar o nível dos reservatórios localizados nas cabeceiras das bacias dos dois rios, que formam o rio Paraná. Os representantes das empresas de navegação argumentam, porém, que cotas abaixo de 325,40 podem impossibilitar a navegação na hidrovia Tietê-Paraná, como ocorreu na crise hídrica de 2014/2015, quando o corredor fluvial ficou fechado por vinte meses. A discussão envolve também governos estaduais e os  municípios onde estão localizadas essas bacias.

A ANA tem coordenado desde o mês passado o debate sobre ajustes nas vazões defluentes e níveis mínimos dos reservatórios das UHEs Jupiá, Porto Primavera e Ilha Solteira, em razão das chuvas abaixo da média na região. Duas outras reuniões aconteceram nos dias 31 de outubro e 9 de novembro. A decisão foi adiada porque as precipitações de novembro apontaram condições mais favoráveis de acumulação de água nas barragens dessas usinas.