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No longo prazo, o Brasil pode ter um potencial de cerca de 52 GW em hidrelétricas. Levantamento para o Plano de Expansão do Longo Prazo 2050 da Empresa de Pesquisa Energética mostra que esse montante está distribuído em 196 usinas. De acordo com Thiago Barral, Superintendente de projetos de geração da EPE, o potencial abrange empreendimentos que estão de alguma forma sob algum monitoramento na Agência Nacional de Energia Elétrica. “São os que hoje contam como eixo disponível ou com estudo de viabilidade ou projeto básico em desenvolvimento ou aprovado”, explica Barral, que participou de seminário de Incentivo ao Desenvolvimento às Hidrelétricas.

O levantamento excluiu as Pequenas Centrais Hidrelétricas e as Centrais Geradoras Hidrelétricas, abordando apenas usinas com mais de 30 MW. Foram incluídos ainda projetos binacionais e estudos com dez anos ou mais. Uma filtragem nos projetos mostra que apesar do alto valor de 52 GW, apenas um quarto do total, cerca de 12 GW, não sofreria interferência direta por estar localizado em terra indígena, quilombola ou em unidade de conservação ambiental. Mesmo assim, esses aproveitamentos enfrentam problemas com a justiça, licenciamento ambiental ou o desinteresse do empreendedor pela usina. Segundo Barral, nenhum entrave apresentado caracteriza impedimentos definitivos para as usinas, mas trazem carga de complexidade e demandam ações para melhorar sua viabilidade.

Ele acredita que é possível que se retome o desenvolvimento das hidrelétricas de porte médio. O Plano Decenal de Expansão buscou sinalizar as UHEs mais viáveis no período e que outros projetos ainda podem se mostrar atrativos e viáveis. O setor tem visto uma dificuldade muito grande de manter o percentual de participação de UHEs na matriz no mesmo ritmo observado no passado com a demanda atual. “Existe um potencial, mas não só a EPE, como os investidores privados, estão esbarrando em dificuldades”, observa.

Mudanças ocorridas ao longo dos anos no entorno dos projetos podem fazer com que os 52 GW não sejam alcançados. Ainda de acordo com Thiago, é preciso discutir a questão da caducidade de alguns empreendimentos, que estão sendo estudados há mais de dez ou até vinte anos. Eles estão em bacias que já sofreram alterações ou foram impactados por mudanças na legislação ambiental, o que pode influenciar no seu custo ou arranjo de negócio. “A concepção dele pode estar obsoleta”, avisa. Ele sugere que esses projetos sejam revisitados através da caducidade.