A Cemig encerrou o terceiro trimestre de 2017 com prejuízo de R$ 83,7 milhões ante o lucro de R$ 433,5 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado ebitda da empresa recuou em 91,58% nessa mesma base de comparação e passou de R$ 1,2 bilhão para R$ 100,6 milhões. A margem ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) despencou 22,42 pontos porcentuais, passando de 24,39% para 1,97%.
O volume de energia negociada (excluindo as operações de curto prazo) de julho a setembro aumentou 1,48%, para 14.046 GWh. A receita obtida com as vendas na CCEE aumentou 27,67% para R$ 111,3 milhões. Tanto a receita bruta quanto a líquida aumentaram no trimestre, 12,3% e 4,91%, para R$ 8,3 bilhões e R$ 5,1 bilhões, respectivamente.
A demanda total da Cemig-D ficou 1,17% maior. Por classe de consumo, a residencial apresentou aumento de 1,34%, enquanto a industrial segue a mesma tendência de outras empresas e caiu 1,28%. A demanda comercial recuou 0,34% e a rural cresceu 1,4%. A energia faturada aos clientes cativos e a energia transportada para clientes livres e distribuidoras com acesso às redes da Cemig-D totalizou 10.826 GWh entre julho e setembro, um aumento de 0,27% em relação a igual período de 2016.
Esse resultado, explicou a Cemig, reflete a composição da redução de consumo no mercado cativo de 2% e do aumento no uso da rede pelos clientes livres de 3,7% em relação a igual período de 2016. O volume de clientes cativos faturados em setembro de 2017 aumentou 1,2%. Considerando as demais empresas do grupo, o consumo do segmento residencial ficou 2,83% mais elevado, o industrial recuou 11,39%, o comercial aumentou 16,64% e o rural 0,13%.
Já com a Cemig-GT, a energia faturada totalizou 7,66 GWh no trimestre, um aumento de 6,67% em relação a 2016. O número de clientes faturados cresceu 28,8%, sendo 1.137 clientes industriais, comerciais e rurais, 47 distribuidoras e 20 do segmento de comercializadores, geradores e produtores independentes de energia.
Entre setembro de 2016 e de 2017 houve a incorporação de 102 novos clientes industriais, 1 rural e 174 comercial e de serviços. Os clientes livres das classes industrial, comercial e rural consumiram 4,21 GWh, decréscimo de 0,99% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, explicado pela empresa como o resultado da redução de consumo de 9,68% no segmento industrial devido ao encerramento do contrato por parte de alguns clientes industriais com a Cemig-GT e celebração de novos acordos com empresas controladas da estatal.
Além disso, mereceu destaque o baixo consumo dos clientes industriais em função da conjuntura econômica nacional. A comercialização de energia para outros agentes do setor elétrico no ACL atingiu o montante de 2,86 GWh, um aumento de 17,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A despesa com Energia Elétrica Comprada para Revenda foi de R$2,94 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 35,60%. Essa elevação é justificada pela Cemig-D em função da necessidade de compra de energia por conta do nível baixo dos reservatórios e consequente menor produção de energia nas UHEs. Para a GT a Cemig apenas indicou que houve aumento em comparação a 2016 em função do aumento do preço médio e do volume adquirido.
O endividamento da companhia recuou 2,81% quando comparado ao fechamento de setembro de 2016. A divida liquida da Cemig soma R$ 12,8 bilhões.
No acumulado do ano a empresa ainda reporta de forma consolidada um lucro de R$ 397 milhões nos nove meses de 2017, uma queda de 38% ante 2016. O resultado ebitda ficou 23% menor, passando a R$ 1,94 bilhão. Enquanto isso a receita líquida aumentou 7%, passando a R$ 15,2 bilhões. O resultado operacional caiu 28%.
No ano há perdas para a estatal mineira no segmento de Distribuição, que somaram R$ 533 milhões até o final de setembro ante o resultado negativo de R$ 113 milhões ao final do mesmo período em 2016. O resultado ebitda é negativo em R$ 70 milhões no ano, uma reversão quando comparado aos R$ 482 milhões positivos de 2016. Na Cemig-GT há lucro de R$ 525 milhões, queda de 2% ante o mesmo período de 2016. O ebitda recuou 8%, para R$ 1,678 bilhão.