A agência de classificação de risco Moody´s revisou a perspectiva para o setor não regulado de geração de energia brasileiro de positiva para estável. Esse movimento, explicou, reflete a recuperação mais lenta nos níveis dos reservatórios do que se esperava. E ainda, pagamentos que levarão a custos adicionais e atrasarão a recuperação dos fluxos de caixa do setor.
Essa perspectiva para 2018, apontou, reflete condições de negócios fundamentais para o segmento nos próximos 12 a 18 meses. Para o analista Paco Debonnaire, o prolongado período de fracas condições hidrológicas indica que os níveis dos reservatórios vão se recuperar de modo mais lento que o antecipado. Com isso, as companhias compensarão o déficit na geração comprando energia no mercado spot e expondo-se a riscos adicionais que responderão por 19% da capacidade energética em 2017 e 12% em 2018, respectivamente.
Em sua análise, a exposição ao mercado de curto prazo continuará pressionando os fluxos de caixa das geradoras hidrelétricas com rating atribuído pela agência.
Também em 2018, a Moody’s espera que as companhias que se beneficiaram de liminares que protegeram-nas dos custos de exposição hidrológica desistirão das ações e farão os pagamentos. Se este comportamento ocorrer, resultará em saídas de caixa adicionais ao longo de 2018.
A Moody’s afirmou que alterará a perspectiva para negativa se a média ponderada de fluxo de caixa operacional antes de capital de giro sobre dívida cair abaixo de 15%, o que pode acontecer se as condições hidrológicas piorarem dificultando o uso dos reservatórios de água e levando a um crescimento dos custos com energia térmica. Se o indicador subir acima de 20% em uma base sustentada, a perspectiva pode ser alterada para positiva.