O rápido e forte crescimento da geração distribuída em termos globais vai exigir ações estruturais dos países visando a adaptação para um cenário de fornecimento descentralizado e descarbonizado de eletricidade. Essa é a diretriz principal do estudo “World Energy Trilemma | 2017”, lançado esta semana pelo World Energy Council durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima – COP 23, em Bonn, na Alemanha. O trabalho aponta que os consumidores irão desempenhar um papel fundamental no processo de transição energética, desde que suportados por incentivos governamentais e regulatórios.
Baseado em entrevistas com líderes de empresas e organizações do setor de energia, o relatório destaca que, entre 2017 e 2025, ocorrerão mudanças estruturais de fornecimento de energia elétrica no mundo, que sairá de um modelo baseado na centralização para um híbrido. Mais de 50% dos líderes de energia entrevistados para o levantamento esperam um aumento rápido da participação da capacidade de geração distribuída instalada em seus países para um patamar de 15% ou mais até o ano de 2025, impulsionados principalmente pela participação de fornecedores, empresários rurais e novos consumidores.
“Os países que não tomarem as medidas necessárias para integrar recursos energéticos distribuídos enfrentarão riscos de segurança energética elevados, redundâncias potenciais de infraestrutura e desafios de investimento”, destaca um dos pontos do relatório. Entre as recomendações trazidas estão a criação de uma estrutura de mercado dinâmica e resiliente com a agilidade de adaptação para a transição de sistemas; regulamentações robustas em tecnologia, apoiadas em padrões acordados com todas as partes interessadas; e planejamento de serviços que capacitem os consumidores a um modelo proativo.