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A Eneva busca encontrar uma solução que possa destravar um investimento da ordem de R$ 1,6 bilhão e que faz parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2014 entre a empresa e a Agência Nacional de Energia Elétrica. Nos termos desse acordo ficou estabelecido que a empresa deveria – entre outros fatores – fechar o ciclo da UTE Parnaíba I (676 MW) o que adicionaria 380 MW de potência até 2019, mas destinada ao mercado regulado. Ou seja, essa energia deveria ser negociada junto a distribuidoras por meio de um leilão.

Com a realização de dois certames para a expansão neste ano o A-4 e A-6 em dezembro, esse prazo não é mais viável. A dúvida da geradora agora é saber quais caminhos deverão ser seguidos agora, já que não houve esse leilão. A empresa já até preparou o terreno para receber esse fechamento de ciclo, ele fica ao lado da planta alvo dessa medida.

O fechamento de ciclo da térmica não implicaria na necessidade de aumento da capacidade de produção de gás já que o processo de geração se dá por meio do aproveitamento dos gases que atualmente são descartados na usina. O diretor presidente do Complexo Térmico Parnaíba, Ronan Dias, explicou que a exaustão desses gases é feita a 600 graus Celsius. Ao reaproveitar essa temperatura para aquecimento de água em uma caldeira a exaustão desses gases ainda existe, mas a uma temperatura muito menor, 80 graus Celsius. Esse processo já existe no complexo que ele dirige na UTE Parnaiba II (519 MW) e esse modelo seria replicado.

Segundo o gerente de relações institucionais da Eneva, Damian Papolo, a companhia iniciou conversas com o Ministério de Minas e Energia para dar continuidade ao projeto. Uma alternativa poderia ser um leilão de eficiência, um movimento que já foi realizado no passado. Até porque os editais como do A-4 e A-6 não permitem apenas o fechamento de ciclo, a fonte térmica com ciclo combinado só vale para empreendimentos novos, o que não alcança a situação da Eneva. “Estamos jogando fora uma potência de 380 MW que poderia ser produzida no Brasil sem o uso de uma molécula adicional de gás natural”, definiu o executivo.

Vender no mercado livre também não é vista como uma solução por conta da dificuldade em obter financiamento para o projeto. A questão de não ter contratos de longo prazo para apresentar como recebíveis aos bancos inviabiliza a operação. Além disso, a TAC já indica que o aumento da capacidade é para o atendimento do mercado regulado, mas isso vem em uma época em que as distribuidoras estão em busca de reduzir seu volume de contratos por conta da demanda menor que a projetada no passado.

O complexo térmico foi construído no interior do Maranhão na bacia do rio Parnaíba. À época do seu descobrimento foi classificado como meia Bolívia de gás natural pelo fundador da empresa, Eike Batista, que perdeu o controle da geradora quando seu conglomerado de empresas ruiu. Hoje as reservas provadas da Eneva estão em 17,7 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Esse volume é muito menor do que o festejado no passado, mas ainda assim é suficiente para atender aos contratos desse que é o maior complexo térmico do país com 1.425 GW de capacidade instalada.

Desde junho, a empresa vem despachando sua capacidade quase máxima a pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Com isso o seu consumo está na casa de 8,4 milhões de m³ ao dia do insumo que é produzido pela própria empresa. Inclusive, destacaram os executivos da Eneva, a companhia vem mantendo investimentos para o desenvolvimento de novos campos. Tanto é assim que a previsão é de contabilizar dois novos poços em cerca de 30 dias de distância. O primeiro é o de Gavião Caboclo que iniciou a operação no início do mês de novembro e a expectativa é de que o de Gavião Azul fique pronto para produzir gás no início de dezembro. O poço original, o de Gavião Real, já começou a apresentar uma leve redução de produtividade, o que já era esperado pela empresa. A meta da empresa é a de manter as reservas na casa dos 18 bilhões de m³.

*O repórter viajou a convite da Eneva