Segundo Wilson Ferreira Júnior, a venda de SPEs e das distribuidoras deverá desalavancar a empresa que passará a sonhar com seu retorno ao protagonismo no setor elétrico
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O plano de negócios da Eletrobras deverá ser anunciado no próximo dia 15 de dezembro. No documento, a empresa deverá apontar qual será sua orientação estratégica para os próximos cinco anos. Nessa mesma oportunidade é que a estatal prevê apresentar as modelagens de venda das 77 SPEs e das distribuidoras. A data foi definida como um pedido do conselho de administração da companhia para adequar o processo de venda a novas recomendações de governança indicados por meio do decreto 9.188 para, nas palavras do presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, robustecer o processo de governança do processo de desinvestimento da empresa.
“Sobre a modelagem de venda das SPEs, não posso antecipar o que pretendemos, mas concluímos o trabalho que virá com esses reforços de governança no processo”, comentou ele a jornalistas após sua participação no Smart Grid Forum 2017, realizado em São Paulo. Nesse anúncio, acrescentou ele, será apontado ainda o cronograma de venda desses ativos que deverá durar até abril de 2018 no caso das distribuidoras. No geral, disse ele, o prazo ideal de venda dos demais ativos é até o final do primeiro semestre de 2018. O objetivo da empresa é de reduzir sua alavancagem que é medida pela relação entre a dívida líquida e o resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 3 vezes.
O executivo lembrou que a vocação da Eletrobras deverá ficar com geração e transmissão de energia. “Tomamos a decisão de que o foco será nessas duas áreas e o óbvio é que a nossa prioridade é a de concluir os projetos que começamos para eliminar penalidades e gerar caixa com essas operações”, apontou. “Veja a linha de transmissão de Belo Monte que, provavelmente será energizada em 12 ou 15 de dezembro, são três meses de antecipação que será colocada simultaneamente com a oitava grande máquina da usina o que nos faz alcançar a energia assegurada. Se pegar as previsões do ONS não estamos em um ano bom de hidrologia, muito pelo contrário, mas mesmo assim a melhora das condições a partir de abril deve-se à Belo Monte. Temos um esforço grande para maximizar a geração que está entrando”, indicou ele.
Ferreira Júnior aproveitou para revelar que a nova Eletrobras, aquela empresa que resultará da venda de SPEs e das distribuidoras, terá apenas duas obras em andamento após as vendas que devem ocorrer na primeira metade do ano que vem. A primeira é a continuidade da UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW) e a segundo a central termonuclear de Angra 3 (RJ, 1.650 MW), obra esta que está paralisada. Todo o resto, comentou ele, estará entregue, inclusive os atrasos da subsidiária que apresentava um número maior de problemas, a Chesf. Segundo ele, tudo estará concluído até abril, o que dá a perspectiva da estatal voltar a investir em expansão já em 2018.
Em sua avaliação, há um espaço bom para investir em transmissão. “Não vamos no próximo leilão, mas espero que no ano que vem possamos. Em termos de investimentos em geração teremos, se correr bem, na descotização um importante evento para a empresa e que muda a sua cara. Além disso, deveremos potencializar a Eletrobras em comercialização de energia no mercado livre, um fator determinante quando você se torna um produtor independente de energia”, sustentou o presidente da empresa. “Seremos grandes em comercialização de energia no ACL e em transmissão esperamos um desfecho adequado para a questão da RBSE que tem recursos importantes para o caixa da empresa”, declarou ele que afirmou crer que a Eletrobras será uma empresa com boa geração de caixa assim que as obras terminarem e a empresa apresentar a eficiência que é imaginada com todas essas mudanças que estão sendo implantadas, inclusive, ele abriu a possibilidade de até mesmo a realização de investimentos externos.
Contudo, assegurou que essa nova onda de expansão que visa recuperar o protagonismo na expansão do setor elétrico será feita com o objetivo de criar valor para a empresa e não o contrário. No foco estão análises cuidadosas de custo de capital, disciplina financeira e de rentabilidade dos projetos. Segundo ele, com a venda das SPEs e das distribuidoras o índice de alavancagem se reduz e, “nos permite sonhar a investir, mas temos lição de casa para fazer ainda, não basta reduzir a dívida líquida, temos que subir o ebitda”, ressaltou.
Por isso, a empresa deverá ter uma atenção especial a projetos já operacionais e entre eles o mais proeminente está na descotização das usinas que a empresa opera atualmente, com destaque para a UHE Tucuruí, que é a maior usina em operação totalmente brasileira e que está sob concessão da Eletronorte. Ao se confirmar, por exemplo, essa medida antecipada, ficar com esse ativo passa a ser prioritário para a Eletrobras.
Distribuidoras
O executivo afirmou ainda que a questão da dívida no modelo proposto para a venda das seis distribuidoras não veio como o esperado pela companhia. No modelo a estatal deveria assumir valores que podem chegar a R$ 19,7 bilhões em função de fiscalizações da Agência Nacional de Energia Elétrica que ainda estão em curso. Por isso, comentou ele, o conselho pediu mais tempo para avaliar essa modelagem. O prazo para que fosse avaliado o impacto dessa proposta era curto já que houve alterações. Agora há mais tempo para essa análise e orientar o processo, bem como se esse volume pode ser incorporado e questões pendentes sob o ponto de visto de créditos.