O segmento de energia deverá ter o aumento do volume de desembolsos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em 2017 quando comparado a 2016. A previsão é de que até o fechamento do ano alcance R$ 14 bilhões. Se essa previsão se confirmar, representará um crescimento de 40% na comparação anual ante os R$ 9 bilhões de 2016. O segmento é o maior dentro da carteira de infraestrutura do banco. Os projetos em análise na instituição de fomento federal somam R$ 27,2 bilhões , o segundo maior é de rodovias, aeroportos e transporte sobre trilhos com R$15,12 bilhões em projetos.
A diretora de Energia do BNDES, Marilene Ramos, afirmou nesta quarta-feira, 29 de novembro, que a tendência é de um crescimento em 2018 já que existem projetos já avaliados e aprovados na instituição que somam R$ 20 bilhões e que devem ter o início dos desembolsos no ano que vem. Ela explicou, durante sua apresentação no 9º Fórum Brasileiro Anual de Energia e Infraestrutura, promovido pela Euromoney Seminars, que a tendência é de que nos próximos anos o nível de desembolsos se repita mas de uma forma mais diversificada em fontes e números de projetos, uma vez que depois de Belo Monte há poucas oportunidades de grandes projetos hidrelétricos disponíveis no país.
“Energia está fortemente incrementado pelos últimos leilões de transmissão de energia e agora teremos dois novos leilões de energia no mês de dezembro”, argumentou.  “O segmento de energia é o mais expressivo dentro da nossa carteira, de um total de R$ 284 bilhões, 40% é destinado à energia elétrica, foram desembolsados desde 2002 R$ 180 bilhões que viabilizaram investimentos de R$ 300 bilhões que viabilizaram 56 GW em capacidade de geração”, destacou. Marilene lembrou que o BNDES foi responsável por cerca quase a totalidade dos investimentos em energia eólica no Brasil, e ainda, neste ano houve a primeira aprovação de um projeto solar. E acrescentou que ainda há mais quatro ou cinco projetos dessa fonte no pipeline da instituição.
Quanto ao futuro, a executiva afirmou que um segmento que deverá crescer dentro do banco é a da economia verde, onde a eólica é um grande expoente. Além disso, lembrou, o BNDES fez a primeira emissão de green bonds que levou à captação de US$ 1 bilhão quando a intenção inicial era de testar o mercado com uma captação de US$ 500 milhões. A demanda por esses papeis somou US$ 5 bilhões. Outras oportunidades podem estar no desenvolvimento de energia a biomassa a partir de florestas como resultado do compromisso brasileiro com a COP 21 de Paris com a implantação de 12 milhões de hectares sendo que metade desse volume deve ser de florestas comerciais. “Uma grande candidata ao uso dessa floresta é a geração de energia de biomassa”, completou.