A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu na última sexta-feira, 1º de dezembro, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ (AA mais(bra)) à proposta de primeira emissão de notas promissórias da Cemar, no montante de até R$ 500 milhões e com vencimento para janeiro de 2021, sem garantias. Os recursos serão destinados à cobertura de necessidades de capital de giro da companhia. A Fitch classificou a Cemar com o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ (AA mais (bra)) com Perspectiva Estável.
Os ratings refletem a expectativa da Fitch de que a Cemar será capaz de manter forte perfil financeiro, com alavancagem líquida abaixo de 2,0 vezes, alongado perfil de vencimento da dívida, adequada posição de liquidez e robusta geração operacional de caixa, fortalecida após a revisão tarifária concluída em agosto de 2017.
A expectativa é de que nos próximos anos o EBITDA da Cemar, de R$ 708 milhões no período de 12 meses encerrado em setembro de 2017, se benefice do ganho decorrente da elevação do EBITDA regulatório inicial do atual ciclo, definido em agosto de 2017, de R$ 709 milhões, frente aos BRL R$ 578 milhões no último ano do ciclo anterior. A estratégia financeira da companhia foca a contratação de dívidas de longo prazo e de baixo custo para financiar seus investimentos programados, o que favorece os índices de cobertura da dívida.
Segundo os critérios da Fitch, no período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2017, as relações dívida total/EBITDA e dívida líquida/EBITDA da Cemar eram de 3,3 vezes e 1,5 vez, respectivamente, frente a 4,1 vezes e 1,8 vez em 2016, respectivamente. O índice de cobertura dos juros pelo EBITDA também se manteve forte, em 2,8 vezes, ao final do terceiro trimestre de 2017.
Os ratings da Cemar também se apoiam em seu sólido desempenho operacional, representada na adequada administração de custos gerenciáveis, consistente evolução de seus indicadores operacionais e perspectivas positivas de recuperação do consumo de energia em sua área de concessão, ainda que o ambiente macroeconômico desafiador possa dificultar o combate às perdas e o controle da inadimplência e resultar em taxas menos expressivas de crescimento nos próximos anos. A Fitch também considerou, em sua avaliação, o moderado risco regulatório e a existência de um risco hidrológico inerente ao setor de atividade da Cemar e que, atualmente, se encontra acima da média.
A Fitch acredita que o fluxo de caixa livre (FCF) da companhia deve ficar negativo nos próximos três anos, pressionado por um pagamento mais substancial de dividendos, apesar da redução dos investimentos para cerca de R$ 400 milhões em 2017 e 2018. No período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2017, o fluxo de caixa das operações (CFFO), de R$ 398 milhões, foi insuficiente para cobrir os investimentos, de R$ 433 milhões, e os BRL164 milhões de dividendos pagos, o que resultou em FCF negativo, de R$ 199 milhões. A expectativa para 2017 é de que a companhia apresente FCF negativo de aproximadamente R$ 70 milhões.