A agência de classificação de risco Moody’s elevou a perspectiva de nota da Eletrobras de negativa para estável. Segundo a agência, a ação reflete o aumento da liquidez da companhia estatal em decorrência de ações de governança corporativa que vem tomando. A nota ficou em Ba3 e considera a análise conjunta de inadimplência da Moody’s para a empresa como um emissor relacionado ao governo e as expectativas sobre o perfil de crédito do governo do Brasil que está atualmente em Ba2 com perspectiva negativa.
A atualização, destacou a agência em seu relatório, reflete as melhores métricas de crédito da empresa de forma autônoma e o progresso em curso de seu plano de reestruturação corporativa para aprimorar os controles internos e melhorar a lucratividade. E também considera a percepção da Moody’s sobre a melhora da liquidez até setembro de 2017, especificamente relacionada a uma posição de caixa mais robusta para atender os prazos de dívida nos próximos 12 meses.
Outro fator que fundamentou a classificação da estatal é sua posição dominante  no mercado elétrico brasileiro, juntamente com seu papel estratégico para o desenvolvimento econômico regional, dada a participação na maioria dos projetos relevantes de energia do país.
“A perspectiva estável das classificações da Eletrobras incorpora a visão da Moody’s de que o perfil de crédito da empresa continuará a melhorar gradualmente o contrabalançamento da perspectiva negativa da classificação Ba2 do governo do Brasil”, afirmou.

O plano de reduzir a participação no capital da Eletrobras por meio de uma oferta de ações e as mudanças no quadro de concessão em discussão, continuou, proporcionam oportunidades para que a empresa fortaleça ainda mais o seu perfil operacional e financeiro. Mas, alertou, há incertezas para que este processo seja concluído em 2018. Sendo assim, quaisquer benefícios potenciais da privatização não foram incorporados nas classificações no momento.

A Moody’s avaliou que a Eletrobras realizou progressos significativos ao longo do ano passado para desenvolver seus controles internos com um centro de serviços compartilhado e um sistema integrado de gerenciamento de rede informática para a consistência no relatório de todas as suas subsidiárias. essa ação em paralelo ao plano de aposentadoria deverá gerar economias consolidadas de aproximadamente R$ 1,5 bilhão ao ano.

Mas ainda existem outras ações a serem desenvolvidas para alcançar uma estrutura operacional mais enxuta, incluindo a venda das distribuidoras a as participações nas 77 SPEs, que somam 3.354 quilômetros de linhas de transmissão e 862 MW de projetos de geração de energia eólica.