A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu na última segunda-feira, 4 de dezembro, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ à proposta de 6ª emissão de debêntures da CTEEP, no montante de R$ 350 milhões. A proposta de emissão, da espécie quirografária, será realizada em série única com prazo de três anos após a data da emissão. Os recursos serão destinados ao reforço de capital de giro e alongamento do passivo financeiro da companhia. A Fitch classificou a CTEEP com o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ com Perspectiva Estável.
Os ratings da CTEEP refletem a sua forte qualidade de crédito, decorrente do baixo risco de negócios do setor de transmissão de energia no Brasil, cujo fluxo de caixa operacional é bastante previsível. De acordo com o cenário-base da Fitch, no período de oito anos, a partir de agosto de 2017, a empresa receberá indenizações de aproximadamente R$ 1,6 bilhão por ano, segundo cálculos da agência, relativas à renovação antecipada de sua principal concessão. Este montante irá quadruplicar o EBITDA da companhia e será uma importante fonte de liquidez para que a CTEEP concretize seu programa de investimentos sem pressionar o robusto perfil financeiro consolidado. Estes investimentos incluem novos projetos, obtidos nos últimos leilões do setor elétrico, e estão estimados em torno de R$ 2,5 bilhões nos próximos quatro anos, proporcionalmente às participações da companhia.
A Fitch irá monitorar o risco de potenciais ações judiciais que possam impedir a CTEEP de continuar recebendo mensalmente a indenização prevista, o que enfraqueceria o seu fluxo de caixa e pressionaria os indicadores de crédito. Além disso, a agência irá acompanhar o risco inerente ao período de desenvolvimento dos oito novos projetos de transmissão. No entanto, entende que as condições destes novos contratos de concessão reduzem substancialmente os riscos observados anteriormente em projetos desta natureza, incluindo o prazo de até 2022 para a entrada em operação das linhas de transmissão.
A Agência acredita que a alavancagem financeira e a liquidez da companhia continuarão compatíveis com os ratings da companhia, em virtude da crescente geração operacional de caixa, proveniente, sobretudo, da compensação adicional relativa à renovação antecipada de sua principal concessão. A alavancagem líquida ajustada, com base nos critérios contábeis regulatórios, deverá ser inferior a 1,5 vez já em 2017 e abaixo de 1,0 vez a partir de 2018, também beneficiada pela liberação, no próximo ano, de mais da metade das garantias corporativas às subsidiárias não controladas.
Na opinião da Fitch, este forte perfil financeiro posiciona a CTEEP como consolidadora no segmento de transmissão de energia brasileira, havendo espaço para que participe de outros leilões de concessão sem penalizar seu perfil de crédito. No período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2017, a dívida total ajustada da empresa (incluindo R$ 1,1 bilhão das garantias mencionadas) foi de R$ 2,9 bilhões, o que resultou em um índice dívida total ajustada/EBITDA (regulatório) ajustado de 4,6 vezes, com 3,6 vezes em bases líquidas. Caso sejam excluídas as garantias, estes índices seriam de apenas 2,8 vezes e 1,8 vez, respectivamente.
O cenário-base da Fitch estima um EBITDA crescente, na faixa de R$ 1,5 bilhão a R$ 2,4 bilhões, de 2017 a 2020, com o impacto positivo da substancial entrada das indenizações. A Fitch acredita que o fluxo de caixa livre (FCF) da CTEEP será de R$ 170 milhões a R$ 180 milhões nos próximos dois anos, ficando negativo em 2019 e 2020 devido às elevadas necessidades de investimentos e um nível elevado de pagamento anual de dividendos.