A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo Prazo ‘AA+(bra)’, com Perspectiva Estável, à proposta de 2ª emissão de debêntures da Belo Monte Transmissora de Energia S.A. O montante é de R$ 580 milhões com vencimento em 2031.
O rating reflete a iminente entrada em operação comercial do projeto (dois meses antes do previsto em contrato), o limitado risco de ramp-up e a relativamente baixa complexidade da operação, da manutenção e dos investimentos ao longo da vida do ativo. Também considera a natureza estável e previsível das receitas, baseadas em disponibilidade, de acordo com a metodologia da Fitch.
Os índices de cobertura do serviço da dívida (debt service coverage ratios – DSCRs) mínimo e médio de 1,34 vez e 1,46 vez, respectivamente, no cenário de rating (que inclui estresse de realistic outside cost – ROC de 7,5%) e o múltiplo de ROC de 42,7 vezes são condizentes com um rating superior.
As garantias corporativas não solidárias dos acionistas State Grid Brazil Holding (não avaliada), Furnas Centrais Elétricas S.A. (Furnas, ‘AA-(bra)’ (AA menos (bra))/Negativa) e Eletronorte – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (não avaliada) são válidas até o completion físico e financeiro do projeto e vistas de forma positiva, já que não há cláusulas de vencimento cruzado entre os acionistas. Assim, o rating dos garantidores não limita o da emissão. Risco de Custo: Médio
O risco de escopo é mitigado pela baixa complexidade de operação e manutenção, além de pela estrutura desenvolvida para o projeto, composta por uma robusta equipe de operação e manutenção, sede e sete sub-sedes localizadas ao longo dos mais de dois mil quilômetros da linha de transmissão. A expectativa de reinvestimentos é baixa e está relacionada a peças de reposição e veículos.
Os riscos são mitigados por elevadas margens de EBITDA e métricas de crédito robustas. Adicionalmente, o projeto se beneficia de breakeven de custos operacionais de 312,5%, o que, em um contexto de ROC a 7,5%, leva a um múltiplo de ROC de 41,2 vezes.
No cenário de rating, que considera ROC de 7,5%, os DSCRs mínimo e médio são de 1,34 vez e 1,46 vez, respectivamente. Considerando a avaliação “média” do risco de custo, condizente com outros projetos de transmissão no Brasil, o múltiplo de ROC de 42,7 vezes suportaria ratings superiores, de acordo com a metodologia da Fitch para projetos baseados em disponibilidade. Além disso, em um improvável cenário de indisponibilidade máxima prevista de 12,5% até o término das debêntures, o projeto apresentaria métricas robustas — DSCR médio e mínimo de 1,32 e 1,19 vez, respectivamente.