A Agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo Prazo ‘AA+(bra)’, com Perspectiva Estável, à proposta de 2ª emissão de debêntures do complexo eólico Delta 3. O montante é de R$ 220 milhões com vencimento em 2029.
O rating reflete a mitigação do risco de ramp-up do projeto por meio de fianças bancárias; a existência de um satisfatório estudo de ventos, baseado em duas torres anemométricas com cinco e seis anos de medições e boa correlação de longo prazo; as características dos contratos de compra e venda de energia (CCEARs) de Leilões de Energia Nova (LEN), que liquidam eventuais déficits de geração de energia ao preço de liquidação de diferenças (PLD); as caraterísticas dos contratos de energia de reserva (CERs) de Leilões de Energia de Reserva (LER), que liquidam eventuais déficits de geração de energia a um fator sobre o preço contratado; e a exposição de 15% da garantia física ao mercado livre de energia.
As debêntures terão o mesmo nível de senioridade que o financiamento de longo prazo com o BNDES. Os covenants, calculados de forma consolidada, incluem gatilhos de distribuição de DSCR mínimo de 1,30 vez e conta reserva do serviço da dívida equivalente à parcela de serviço da dívida vincenda. Entre os pontos fracos, além da conta reserva menor que 12 meses, está o descasamento entre TJLP e IPCA.
No cenário-base da Fitch, os DSCR mínimo e médio foram de 1,19 vez e 1,85 vez. No cenário de rating, foram de 1,19 vez e 1,55 vez. Já a alavancagem, medida por dívida líquida/EBITDA, cai de 5,71 vezes, em dezembro de 2018, para 3,74 vezes, em 2023. Os breakevens de produção de 42,6% abaixo do P-50 e de incremento de 720% nos custos de O&M dos aerogeradores são reflexo de margens EBITDA mais elevadas que de outros projetos eólicos cobertos pela Fitch no Brasil em razão de preços e fatores de capacidade elevados, apesar de uma alavancagem maior.
A expectativa da Agência é de que em 2018, primeiro ano completo de operação do projeto, a receita líquida chegue a R$ 250 milhões e o EBITDA, a R$ 216 milhões. O projeto deve encerrar 2018 com dívida total de R$ 1,062 bilhão e caixa/contas reserva no início do ano de R$ 90 milhões, levando a uma relação dívida líquida/EBITDA de 4,97 vezes.