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A privatização da Eletrobras deve dedicar um capítulo ao Centro de Pesquisas de Energia Elétrica. Vinculado a estatal, há a incerteza sobre se o novo controlador vai continuar a aportar recursos. De acordo com o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fabio Alves, o projeto de lei deve assegurar por quatro anos o mesmo volume de recursos injetados atualmente. A ideia é que enquanto isso o Cepel busque outras fontes de recursos para as suas atividades. “A partir daí vai depender da própria Eletrobras fazer uma avaliação de como ela vai participar e também da capacidade do Cepel de ir ao mercado para vender serviços e agregar novos patrocinadores”, explica Alves, que participou na última segunda-feira, 11 de dezembro, do seminário “Energia Elétrica – compreendendo as mudanças e oportunidades”, promovido pela Martorelli Advogados e realizado em Recife (PE).
Segundo o secretário, a direção do Cepel já está indo ao mercado buscar essas novas fontes de patrocínios para as pesquisas. Ele conta que o Centro de Pesquisas é uma espécie de associação e não está preso a Eletrobras. Ainda segundo Alves, o Cepel possui modernos laboratórios de nível internacional, o que é a garantia de que ele não pode temer a busca por novo recursos. Na última semana, o diretor-geral do Centro, Marcio Szechtman, revelou à Agência CanalEnergia que já vinha buscando a diversificação dos recursos antes da proposta de privatização e que acreditava na manutenção do dia-a-dia do centro de pesquisa.
No seminário, a privatização da Eletrobras foi um dos temas mais debatidos. Mozart Siqueira, da Brennand Energia, que é ex-presidente da Chesf e que até recentemente fez parte do conselho da holding, disse que nunca havia visto uma empresa em situação de desequilíbrio financeiro tão calamitoso quanto a Eletrobras. Segundo ele, seus níveis de endividamento a levariam a recuperação judicial, caso ela não fosse estatal. Ele creditou os problemas a MP 579, que retirou grande parte das receitas das subsidiárias do grupo.
Fabio Alves fala para agentes em PE sobre momento do setor e privatização da Eletrobras
O presidente da Empresa de Pesquisa energética, Luiz Barroso, lembrou que os temas da agenda do setor, como a chamada pública 33, a solução para o GSF e a privatização da Eletrobras são simultâneos e fundamentais entre si. Barroso também frisou que o cronograma de abertura do mercado livre está sendo feito com prudência, de modo que ele mantenha a solidez e se perpetue com todas as condições.
Ao ser questionado sobre o próximo leilão, Barroso acenou perspectiva positiva, mas frisou que a demanda era igual a de 2014, o que traz consequências. Ele ressaltou a importância da EPE agora ter que sinalizar até 30 de março do próximo ano a realização dos certames, o que segundo ele, recupera o sinal de previsibilidade do setor. Já Fabio Alves, não se mostrou muito empolgado com o leilão, lembrando há uma ansiedade dos agentes para uma grande contratação, mas que o mercado ainda se recupera. O secretário relatou uma grande pressão para a realização de leilões de energia nova, mas que o ministério resistiria a tentação de fazer leilões sem necessidade.