A agência de classificação de risco Fitch Ratings removeu a Observação Negativa dos Ratings Nacionais de Longo Prazo da primeira e da segunda à proposta de 1ª e 2ª emissão de debêntures da AES Tietê Eólica S.A, e os afirmou, atribuindo-lhes Perspectiva Negativa.

Cada série tem como valor total R$ 73 milhões, com vencimento em dezembro de 2025. A remoção da Observação Negativa reflete o fim das restrições de escoamento da geração líquida de energia do projeto, com a entrada em operação comercial da subestação Igaporã III, e a esperada melhora de seu perfil operacional com o novo controlador, AES Tietê Energia S.A. A Perspectiva Negativa reflete a preocupação da agência com relação à liquidez do projeto, cuja conta reserva especial de R$ 60 milhões ainda não se encontra totalmente preenchida.

Os ratings se baseiam em contratos de venda de energia a preços fixos por vinte anos, com diversificada base de contrapartes e volume certificado a P50 (probabilidade de ser excedido em 50% dos casos). Há exposição a compensações financeiras anuais e quadrienais atreladas ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) para aproximadamente 56% do volume de energia vendida. A estrutura de dívida inclui uma conta reserva especial a ser mantida até 2023, além das contas reservas de serviço da dívida.

No cenário da Fitch, o perfil de DSCR é apertado até 2020, quando é esperada uma compensação quadrienal elevada nos contratos do LEN A-3/2011. O DSCR médio de 2017 a 2020 é de 1,06 vez, enquanto o mínimo em 2020 é de 0,71 vez, mitigado pela conta reserva especial. O cenário atualizado indica breakeven de produção de energia equivalente a 90,5% do P90 médio de dez anos e um breakeven de taxa de juros de longo prazo (TJLP) real de 4,2%.

As premissas dos cenários-base e de rating da Agência refletem projeções macroeconômicas de Índices de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Certificado de Depósito Interbancário (CDI) atualizadas conforme o relatório Global Economic Outlook, publicado pela agência em dezembro de 2017. A premissa de TJLP considera margem de 150 pontos-base acima do IPCA a partir de 2018. Além disso, as projeções refletem os dados históricos de 2016. No cenário-base, a premissa de geração é baseada em P50 mais descontos de 2,0% para os projetos do LER 2010 e 6,0% para os projetos do LEN 2011, referentes ao estudo, e de 2,2% relacionados às perdas da rede básica até o centro de gravidade, seguindo a metodologia da Fitch.

A análise considera apenas o perfil em base isolada do projeto, sem nenhum benefício da fiança constituída pela AES Tietê na primeira emissão. As mesmas premissas foram utilizadas no cenário de rating, à exceção da geração, para a qual foi assumido um P90 de dez anos, em vez de P50. No cenário-base da Fitch, os DSCRs mínimo e médio são de 1,01 vez e 1,47 vez, respectivamente. Já no cenário de rating, os DSCRs mínimo e médio são de 0,71 vez e 1,16 vez.