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A possibilidade de um crescimento mais rápido foi um dos fatores que motivou Votorantim Energia a fazer a joint venture com o fundo Canada Pension Plan Investment Board, anunciada nesta sexta-feira, 15 de dezembro. De acordo com Fabio Zanfelice, diretor presidente da Votorantim Energia, o CPPIB tem muito em comum com o grupo brasileiro. “Faz sentido se associar a um fundo que tem dimensão próxima a Votorantim, tem os mesmos valores, que pensa em investimento em logo prazo”, afirma. A JV nasceu com o parque eólico Ventos do Piauí I (206 MW), que pertencia a Votorantim Energia e o parque Ventos do Araripe 3 (PI – 359 MW), comprado da Casa dos Ventos.
A JV, que ainda não tem nome, vai investir em energias renováveis. Projetos eólicos largam na frente, mas PCHs e Solares estão no radar dela. Para os leilões que serão realizados na próxima semana, Zanfelice conta que a empresa decidiu não participar por ainda estar se estruturando, deixando para começar a expansão em 2018. Ainda segundo o executivo da Votorantim Energia, a JV poderá atuar tanto na compra de ativos já em operação quanto em projetos greenfield, ainda por construir. Pensamos nas duas opções. Uma das qualidades da JV é a Votorantim ter a expertise do desenvolvimento”, observa Zanfelice.
Para Ricardo Szlejf, head de infraestrutura na América Latina do CPPIB, os fundamentos do setor elétrico brasileiro atraíram o fundo canadense, que já atuava no Brasil, mas ainda não tinha entrado na área de infraestrutura. Segundo ele, a visão de longo prazo se alinha aos objetivos do fundo. “Faz muito sentido. O mercado é grande, com muita necessidade de crescimento. Para um investidor como nós, um fundo de pensão, o investimento longo é ideal”, avisa. Ele prevê investimentos de R$ 3 bilhões nos próximos anos. O head do fundo não crava um número de megawatts para instalar. “A velocidade do crescimento vai depender das oportunidades se materializarem”, explica.
A associação entre as empresas veio de uma convergência de expectativas, segundo Zanfelice. A Votorantim estava aberta a parcerias e o CCPIB procurava um operador com expertise e os mesmos valores. Szleif lembra que o fundo canadense também tem um histórico de investimentos de parceiras no longo prazo com players como a Votorantim, definida por ele como de primeira qualidade. “Para nós foi natural a Votorantim”, aponta. O investimento é o passo inicial para a criação de uma plataforma de valor com espaço importante.
Segundo Zanfelice, a estratégia de financiamento da JV vai ser avaliada caso a caso. O executivo não tem restrições a política de financiamento do BNDES, que recentemente anunciou as suas diretrizes para créditos de empreendimentos em energia renovável.