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O leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira, 15 de dezembro, tem um valor simbólico importante para o setor elétrico e para o governo. Desde 2013, quando as empresas estatais deixaram de participar das disputas devido à incapacidade de investimento, não se licitava todos os lotes apregoados e com deságios tão significativos.

O leilão terminou com deságio médio de 40,46%, o que representa uma economia da ordem de R$ 15 bilhões para o consumidor de energia elétrica ao longo de 30 anos de contratos de concessão. Todos os 11 lotes foram arrematados (seis com disputa a viva voz), cujos investimentos totais estão estimados em R$ 8,74 bilhões nos próximos cinco anos. O leilão durou cinco horas, iniciado às 12h20 e concluído às 17h15.

O deságio só foi alcançado devido à forte concorrência entre os competidores. Foram habilitados 47 proponentes entre empresas e consórcios. Os deságios vencedores variaram entre 34,65% a até 53,94%. “Tivemos um leilão com uma média de 14 proponente por lote. Foram 12 investidores para cada lote”, destacou Romário Batista, presidente da Comissão Especial de Licitação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Os números apresentados no leilão mostram o sucesso e a competitividade do leilão, refletindo também a confiança do investidor não só no segmento de transmissão como na retomada do crescimento da economia brasileira”, comemorou Fabio Lopes, secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia (MME).

Somando os dois leilões de transmissão realizados neste ano, os projetos recentemente licitados vão injetar R$ 20 bilhões na economia. Quando somados com as disputas de 2016, esse número chega a quase R$ 38 bilhões em novos investimentos, destacou Lopes.

Segundo Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, esses investimentos são de extrema relevância para o país, pois corrige gargalos que hoje impedem o escoamento de fontes de geração de energia e comprometem a segurança do sistema elétrico.

Os lotes 1, 9, 10 e 11 são responsáveis pela ampliação e reforma do sistema atual. Os lotes 3 e 4 corrigem o gargalo no escoamento da hidrelétrica de Belo Monte. Já os lotes 2, 5, 6, 7, 8 são necessários para o atendimento da futura expansão de fontes renováveis.

Ainda no primeiro semestre de 2018, o MME pretende licitar novos empreendimentos de transmissão que exigirão entre R$ 8 e 11 bilhões em novos investimentos, disse Azevedo.

VENCEDORES

Os destaques do leilão foram as empresas Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, a franco-belga Engie, a espanhola Celeo e a indiana Sterlite Power Grid Ventures Limited, que arremataram os maiores lotes em termos de investimento.

A Sterlite arrematou o lote 3, cujo investimento está estimado em R$ 2,78 bilhões. A Engie conquistou o lote 1, com investimento estimado em R$ 2 bilhões. A Neonergia levou os lotes 4 e 6, com investimento de R$ 1,92 bilhão. Celeo Redes com o lote 2 vai investir R$ 1 bilhão. A Cesbe Participações Brasil levou o lote 5, investimento de R$ 193,8 milhões.

A estreante Construtora Quebec levou sozinha o lote 7 e em consórcio o lote 8, que juntos vão demandar R$ 560 milhões para serem construídos. A EEN Energia e Participações com o lote 9 vai investir R$ 106 milhões. O consórcio BR Energia/Enind Eergia venceu o lote 10 e vai investir R$ 71,7 milhões. O lote 11 foi conquistado pela Montago Construtora e vai investir R$ 44,7 milhões.

O diretor presidente da Montago, Alexandre Magalhaes, destacou a clareza do edital e o fato da Aneel incluir no leilão lotes menores, possibilitando a participação de novos investidores. “Isso abre espaço para empresas brasileiras de menor porte”, disse.