Os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste devem chegar ao fim do período úmido, em abril de 2018, com volume de 40%. A estimativa foi anunciada pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 19 de dezembro, no Rio de Janeiro (RJ). De acordo com ele, essa previsão é para um cenário conservador. Já uma estimativa mais otimista, os níveis ficam em 51% da sua capacidade em abril. “Mesmo que se repita a estiagem de 2016 e 2017, 2018 será melhor porque teremos mais recursos e a carga não cresceu, está igual a de 2014”, afirmou.
Terminando o mês de novembro com a segunda pior marca da série histórica – os 18,7% de volume só perdem para os 15,8% de 2014 -, o diretor-geral do ONS afastou a possibilidade de uma hidrologia ruim trazer qualquer tipo de problema maior ao sistema, uma vez que ele conta com térmicas e eólicas para supri-lo em caso de necessidade. Barata prospectou que no verão a bandeira tarifária deverá ser amarela, dificilmente indo para a cor verde. Os novos critérios adotados pela Agência Nacional de Energia Elétrica deverão ser mais rígidos. “É difícil que chegue a verde, deve ficar amarela”, avisa.
A previsão de despacho térmico deve ser de 8.000 MW a 10.000 MW por mês, embora a capacidade do parque térmico brasileiro ser em torno do dobro desse quantitativo. A previsão do aumento da carga para 2018 é de 3,7%, enquanto nos anos de 2019, 2020 e 2021, fica em 3,8% ao ano.
Barata elogiou o resultado do último leilão de transmissão, realizado na última sexta-feira, 15 de dezembro. Segundo ele, a entrada de players da geração como Engie, EDP, Neoenergia e Energisa, além da indiana Sterlite, vai ser benéfica ao setor. Segundo ele, nos últimos dois anos as condições dos leilões melhoraram muito em termos financeiros, de prazos e no aspecto ambiental. “A transmissão está dando a volta por cima, vai dar tranquilidade”, conclui.