A Agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou na última quarta-feira, 20 de dezembro, o Rating Nacional de Longo Prazo da Renova Energia de ‘RD(bra)’ para ‘CCC(bra)’. A elevação do rating reflete o êxito da companhia em honrar suas obrigações inadimplidas e reduzir as dívidas de curto prazo na holding, com recursos obtidos por meio da venda de ativos.
O rating ‘CCC(bra)’ reflete o risco de crédito da companhia, que ainda é significativo, tendo em vista que as obrigações financeiras da holding — como empréstimos de curto prazo e aportes de capital em suas subsidiárias — não são viáveis somente com a geração de caixa orgânica da Renova, mas dependem de aportes de capital de seus acionistas.
O plano de negócios da Renova, recentemente revisado, obteve êxito na diminuição de sua capacidade contratada — para 627 MW, de 2,7 GW —, mediante a venda de projetos e o cancelamento de contratos de venda de energia, além de ter contribuído para a considerável redução da dívida e para a diminuição de custos e despesas operacionais. Entretanto, as obrigações financeiras de curto prazo da companhia em 2018 (aproximadamente R$ 1 bilhão) serão honradas somente com o esperado aumento de capital de R$ 1,4 bilhão de um novo sócio.
Com os recursos obtidos com a venda das ações da Terra Forma Global e do Complexo Alto do Sertão II (valor bruto de R$ 951 milhões e valor líquido de R$ 807 milhões), concluída no terceiro trimestre, a Renova conseguiu reduzir a dívida financeira da holding e com fornecedores, de R$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre de 2017 para R$ 639,8 milhões ao final do terceiro trimestre do ano.
Os recursos obtidos com a injeção de capital serão necessários para a Renova honrar seus compromissos financeiros em 2018, que incluem serviço de dívida da holding, de aproximadamente R$ 300 milhões, investimentos no Complexo Alto Sertão III, em torno de R$ 250 milhões, e demais obrigações referentes à antecipação de contratos de energia (R$ 380 milhões), entre outros. A geração de caixa orgânica da companhia, por meio de dividendos provenientes dos projetos hídricos mais maduros, é insuficiente para honrar tais compromissos.