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O agrupamento das cinco menores distribuidoras do Grupo CPFL, anunciado no primeiro dia útil de 2018, deverá resultar em uma melhoria na eficiência e capacidade financeira da nova concessionária. Ainda assim, a chamada nova CPFL Santa Cruz será a menor do grupo, com 445 mil clientes atendidos em 45 cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A meta do grupo com essa medida é a de racionalizar os custos, aproveitar as sinergias das operações para tornar esta uma concessionária mais produtiva, com o ganho de escala e a eliminação de verdadeiras barreiras que existiam quando as concessões estavam separadas.
Essa ação também poderá ser replicada ainda em outra região onde a empresa atua com duas distribuidoras: no Rio Grande do Sul. Por lá, a empresa opera por meio da RGE em 264 municípios com 1,4 milhão de consumidores, nas regiões norte e nordeste daquele estado. A outra é a RGE Sul, adquirida em 2016 junto à AES Brasil, atuando em 118 municípios com 1,3 milhão de unidades consumidoras na região metropolitana de Porto Alegre e Centro Oeste do estado.
“No Sul as duas empresas ainda estão em avaliação e nada está definido, mas da mesma forma que estudamos o agrupamento das cinco distribuidoras da CPFL Santa Cruz, também estamos avaliando essa medida por lá. Se existir razoabilidade de fazer avaliamos também essa medida. A única questão que existe, logicamente, é que são empresas de maior porte e de um grande número de clientes. Ainda não temos nenhum caso desse no país, então é uma questão mais delicada e que deve ser analisada com mais cuidado”, destacou o vice presidente de Operações Reguladas da CPFL Energia, Luís Henrique Ferreira Pinto.
A empresa ainda não fala sobre o volume de sinergias nessa primeira operação anunciada esta semana e os benefícios financeiros que serão alcançados com a união, mas avalia que o impacto mais significativo deverá ser o de atendimento ao consumidor. A companhia afirmou que o quadro de colaboradores será mantido e que esse agrupamento não levará ao fechamento de bases operacionais. Até porque essa rede está adequada à dimensão das concessões que atendem. A CPFL ainda está estudando qual deverá ser o ganho em termos de agilidade e velocidade da empresa em termos de atendimento e em produtividade no atendimento.
“No lado operacional nada mudou porque estava bem desenhado e a logística operacional do grupo é a mesma. O que teremos é maior capacidade de auto ajuda entre as concessionárias, que era mais difícil quando estavam separadas”, afirmou o vice presidente. “Distribuição é um negócio de escala e essas empresas eram pequenas operando em áreas contíguas, não fazia sentido nesse serviço de distribuição operarem em separado”, acrescentou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.
Um dos objetivos apontados com esse agrupamento é justamente aproveitar os benefícios que são obtidos em termos de capacidade financeira e de investimentos que uma empresa de maior porte pode obter junto ao mercado. Segundo o executivo, um dos pontos positivos é a maior capacidade que terá em buscar recursos para investimentos ante o que se dispunha anteriormente dada a dimensão da concessionária.
Distribuição é um negócio de escala, não fazia sentido, no serviço de distribuição, essas empresas operarem em separado. Luís Henrique Ferreira Pinto, da CPFL Energia
Mas os ganhos, disse ele, também deverão chegar aos consumidores, uma vez que há a possibilidade de compartilhamento de mão de obra das áreas que agora são uma empresa só. E com essa maior capacidade de investimento, há a tendência de ser visto um efeito menor sobre a tarifa quando comparado ao poder de uma distribuidora de menor porte. Em sua avaliação o agrupamento traz maior racionalidade tarifária e o ganho de escala operacional com melhorias para os clientes.
Um dos exemplos é a questão de gestão de estoques. O presidente da distribuidora, Marco Antonio Villela comentou que se houvesse a necessidade de substituição de um transformador em uma das cinco empresas agora unidas e o artigo não estava em seu estoque mas na de outra não era possível realizar a transferência para atender aquela ocorrência. “Era necessário a aquisição de um equipamento no mercado, não poderia usar aquele que estava armazenado para outra distribuidora do grupo”, pontuou.
A data de efetivação desse agrupamento não foi escolhida por acaso. Segundo ele, iniciar o processo no início do ano foi uma ação deliberada para facilitar questões contábeis, pois não são necessários ajustes característicos de operações dessa natureza quando ocorrem durante um ano fiscal.
Na verdade esse processo de agrupamento já começou a ser delineado há cerca de um ano. Ele comentou que nesse período a empresa fez o planejamento e a estruturação das ações, medidas que não são simples uma vez que envolve a integração de sistemas, questões contábeis, união de ativos de cada concessão, revisão de processos, entre outras tarefas que devem, ao final, receber a anuência da Aneel, que nesse caso ocorreu no mês de novembro.
O agrupamento ficou sob o nome da Santa Cruz por esta ser a maior dentre as 5 concessionárias agora unidas, pois respondia por cerca de 50% do número de clientes. Apesar disso, continua a ser a menor entre as cinco distribuidoras remanescentes do grupo CPFL Energia que atende a cerca de 9,1 milhões de clientes. Além da nova, estão sob o mesmo guarda chuva a CPFL Paulista, CPFL Piratininga e as já citadas RGE e RGE Sul.